Domingo passado, participei de um churrasco com meus antigos amigos do Núcleo de Análise da Política Econômica (NAPE), os bolsistas de iniciação científica do curso de graduação em Economia da UFRGS. Conseguimos reunir cerca de 20 pessoas em um sítio localizado na cidade de Conceição, próxima a São Sebastião do Caí, a cerca de uma hora de Porto Alegre.
Boa parte do pessoal cursa, ou está ingressando em cursos de Mestrado. Estão espalhados por instituições como a UFRGS, a USP, a FGV-SP, a PUC-RJ, a UNB, a Universidade de Barcelona (Espanha) e eu, representando o Cedeplar-UFMG. Como a maior parte dos nossos assuntos foram acadêmicos, já que isso é o que todos temos em comum, posso concluir que realizamos, no final das contas, um mini congresso da ANPEC.
Mas o clima das conversas não foi de inteira alegria. Dos meus ex-colegas, só contei dois que realmente se motivaram com a complexidade matemática da teoria econômica e da análise real, e se encaminham para doutorado no Exterior. Os demais, como eu, sentiram que o buraco é mais embaixo, tomaram um choque de realidade no primeiro ano do Mestrado e pretendem seguir linhas mais softs no futuro, como a economia empírica (meu caso), o mercado de trabalho, ou a mudança de área acadêmica para a economia heterodoxa e a história.
Uma coisa em que quase todos concordamos, e isso é raríssimo entre economistas, em relação aos nossos cursos de Mestrado, é que o hábito de agregar enormes quantidades de matéria em cadeiras de curta duração acaba prejudicando o estudo e o aprendizado. Ao invés de sabermos bem determinados pontos, podemos, após um ou dois anos depois de termos cursado as cadeiras de teoria econômica e de matemática, nos lembrar do nome e de alguma idéia geral dos teoremas que deivávamos. Mas não recordamos exatamente o que aquilo queria dizer. Senti exatamente isso no término do primeiro semestre do Cedeplar, e me senti um pouco mais tranqüilo que estudantes de outros cursos pelo Brasil tenham a mesma impressão. Por outro lado, iniciativas como a do professor Jorge, da UFRGS, de ministrar aulas extras de análise real mesmo após o término do semestre, só para aliviar a carga de matéria, são muito bem vindas para o aprendizado.
Fora essas discussões acadêmicas, foi uma tarde muito agradável e relaxante (e nutritiva, pela quantidade de carne consumida). Apesar das variações no animal spirit de cada um em relação as suas pretenções acadêmicas, foi bom ver que todos continuamos os mesmos estudantes de sempre.
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2 comentários:
São Sebastião do Caí? Tu foste pra minha cidade, a grande metrópole do Vale do Caí!!
Abraços!
Alguém da nossa época do DAECA de 2004 por lá?
Estas no RS ainda, Martini? Nao quer chamar o De Bem pra ir la Lima e Silva?
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