segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Complexo do Alemão - 360 Graus

Uma gigafoto do O Dia Online mostra com detalhes incríveis esse mar de casebres espremido na zona norte do Rio de Janeiro.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Debate sobre a Política Fiscal Norte-Americana

O Mansueto Almeida, especialisa em política fiscal, faz uma excelente resenha sobre uma entrevista do Paul Krugman sobre a crise econômica nos Estados Unidos e as alternativas fiscais para o estímulo à demanda agregada. Vale a pena conferir.


A defesa que Krugman faz do aumento dos gastos públicos pelo governo norte-americano para mitigar os efeitos da desaceleração da economia nos últimos trimestres chega a ser assustador para uma parte dos economistas brasileiros. Mas é bom destacar que os Estados Unidos, ao contrário do Brasil, é um país de instituições fortes. A regra macroeconômica dos manuais de graduação, de que o governo deve elevar seus gastos quando as despesas privadas estiverem deprimidas e reduzir os mesmos quando as despesas privadas estiverem aquecidas, pode ser seguida pelos governantes de lá. Aqui nos trópicos, infelizmente, a política fiscal é rígida para baixo. Elevar os gastos públicos sempre é fácil, mas raramente os governos têm força o suficiente para manter seus gastos sob controle durante longos períodos, pois sofre pressão dos partidos políticos e de grupos de interesse. E, para não alimentar (mais) a inflação e o endividamento, acaba recorrendo ao aumento da arrecadação, via elevação dos impostos.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

A Química dos Metais

Dica dos meus ex-colegas da UFMG.

Não, ao contrário do que suspeitaram, a prova não é minha.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

As Causas dos Altos Juros de Mercado no Brasil

O Cristiano Costa publicou um excelente post explicando por que os juros bancários são tão altos no Brasil. De todo o spread bancário apropriado pelos bancos públicos e privados (que é a diferença entre os juros que cobram dos consumidores e a taxa básica de juros da economia), dois terços cobrem os seus custos administrativos e operacionais e os impostos. A margem líquida dos bancos equivale a, portanto, um terço do spread, o que, nos cálculos do autor, dá cerca de 12% ao ano. Essa é uma taxa relativamente elevada frente aos demais setores da economia, e é explicada, dentre outros fatores, pela elevada concentração do mercado de bancos comerciais no Brasil e pela inadimplência do devedor.

No post original, tem tabelas bastante demonstrativas.

Essa Tal de Concorrência...

... é assim mesmo que funciona. Exemplo pedagógico aos consumidores brasileiros.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Do-File do Stata do Primeiro Semestre do Mestrado no Cedeplar

Dica de um amigo no Facebook. Pior que era assim mesmo que eu me sentia.

set time 1 year

use "C:\Mestrado\ano1.dta"

drop life
(1 observation deleted)

tab fun

variable fun not found
r(111)

collapse aluno

.

end of do file

quarta-feira, fevereiro 01, 2012

Balança Comercial Fecha Janeiro em Déficit

Hoje o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou a balança comercial brasileira referente ao mês de janeiro. Nesse mês, o saldo fechou em déficit de 1,3 bilhão, o primeiro resultado negativo em dois anos. As exportações tiveram queda de 27% em relação a dezembro, enquanto que as importações tiveram queda de 4,8% na mesma base de comparação. Os gráficos abaixo ilustram os resultados comerciais do país em dois horizontes de tempo diferentes:



O resultado negativo foi conseqüência da queda das exportações para a União Européia (-25,2%), consequëncia da crise econômica na região, da queda de 31,1% da exportação de minério de ferro (principal produto da pauta nacional), da elevação de 54,7% da importação de combustíveis e derivados de petróleo (sobretudo do Oriente Médio), além de um efeito sazonal específico para o mês de janeiro. Por outro lado, contrabalancearam esses fatores o bom desempenho das exportações de soja e de veículos, assim como das exportações para o mercado norte-americano.

Esse resultado pode estar confirmando uma hipótese que levantei a alguns posts passados, em um entre muitos clippings. A atual política econômica pode estar provocando efeitos adversos sobre as contas externas do país. Desde a metade de 2011, com a explosão da crise na Europa, a política monetária mudou de foco: ao invés de buscar atingir a inflação no centro da meta (4,5% ao ano), passou a buscar atingir o limite superior da meta (6,5%) e tentar mitigar possíveis transbordamentos da crise externa sobre a economia nacional. As autoridades monetárias esperavam que a própria crise fosse desacelerar a inflação, pelo seu efeito sobre os preços das commodities nos mercados mundiais. O resultado foi claro: apesar da desaceleração, sobretudo da produção industrial, a economia certamente fechou o ano em um ritmo superior ao que teria fechado se a taxa de juros não tivesse sido afetada, e o IPCA ficou exatamente em 6,5% no acumulado de 2011. A crise desaqueceu os mercados de commodities, e os efeitos sobre a inflação já estão sendo vistos pelos últimos resultados do IGP-M, de deflação de preços ao produtor.

Contudo, houve um efeito, que aparentemente foi inesperado, sobre as contas externas. Com a economia interna relativamente mais aquecida que a economia externa, é natural que se espere que as importações crescam em ritmo superior às exportações. Além disso, a queda dos preços das commodities certamente reduz o valor das exportações brasileiras, sobretudo pela importância do minério de ferro na pauta nacional. Seria esperado que a política monetária expansionista desvalorizasse o câmbio, pois os juros mais baixos desincentivariam investimentos em títulos brasileiros, provocando a saída de capitais. Contudo, provavelmente como outra conseqüência da crise externa, o país está recebendo poupança externa sob a forma de investimentos estrangeiros diretos (IEDs), mantendo positivo o resultado do balanço de pagamentos. Portanto, o resultado do somatório de todos esses fatores - economia interna mais aquecida do que a externa, preço das exportações em queda e câmbio estável - não poderia ser outro senão o déficit comercial.

Se o Brasil entrar estruturalmente em uma fase de déficits comerciais, isso seria perigoso para a vulnerabilidade do país em relação às crises externas. O déficit em conta corrente está elevado, e não vejo perspectivas de redução em um futuro próximo. Seu financiamento até agora está mais do que compensado pela entrada de IEDs, mas é impossível saber até quando isso vai durar.

Melhor esperar que o resultado da balança comercial de janeiro seja apenas uma sazonalidade. Ou então que a economia norte-americana se recupere mais rapidamente nos próximos meses.