terça-feira, maio 25, 2010

Coisas Estranhas de Brasília 2

8 - Os prédios são suspensos e não há cercas: você passa por debaixo das casas dos vizinhos.

9 - A garagem é a própria rua.

(dicas de Carlos Cinelli)

10 - A cultura do funcionalismo público é assustadora. Mais de um habitante local já me falou que, apesar de ser simpatizante do Serra, vai votar na Dilma nas próximas eleições por medo de os concursos públicos acabarem.

11 - Ontem, às quatro da madrugada, uma picape do governo distrital percorreu as ruas do Plano Piloto para borrifar algum tipo de veneno contra os focos do mosquito da dengue. Estaria tudo bem se essa picape não tivesse faróis de iluminação capazes de serem vistos da Lua e não fizesse um som similar ao das naves dos filmes Guerra nas Estrelas. Quando pulei da cama nesta noite por causa da luz e do barulho, minha primeira impressão foi de "puxa, então não estamos sozinhos no Universo!".

12 - Todo dia, há alguma manifestação na Esplanada dos Ministérios, que faz barulho e atrapalha quem tenta trabalhar. E todas essas manifestações defendem interesses muito particulares, tal como reajustes para uma determinada categoria de funcionários públicos. O caso mais extremo ocorreu ontem: colocaram um trio elétrico com som a todo volume pedindo a liberalização do chá de Santo Daime! Nunca vi por aqui nada próximo a uma manifestação em prol de benefícios coletivos, tais como o fim da impunidade e da corrupção, menos impostos, educação básica de qualidade, etc. Bem a cara da política na pós-modernidade.

(continua)

sexta-feira, maio 21, 2010

Escassez de Capital Humano no Brasil

O Claudio Shikida e o Guilherme Gontijo publicaram no site OrdemLivre.org um excelente texto sobre a escassez de capital humano no Brasil.

Cito um trecho:

Os três atos nos dizem mais. Dizem que a sociedade está passando por um crescimento econômico significativo: os qualificados já estão empregados e os que mal sabem ler e escrever já arrumam empregos incompatíveis com seu grau de instrução. Sim, é melhor do que ver tanta gente na miséria. Mas se não há a preocupação com a melhoria do capital humano, a estagnação profissional não tardará a surgir. Teremos, por exemplo, recepcionistas de restaurantes de luxo que não sabem escrever corretamente o nome dos clientes.


Eu me impressiono com a dificuldade de uma teoria simples como a do capital humano se popularizar no Brasil. Mesmo entre a população com curso superior, o pensamento dominante ainda acredita que desenvolvimento econômico se faz com aumento quantitativo de gastos públicos, emissão de moeda e subsídio à produção de filmes.

quinta-feira, maio 20, 2010

Bandas de Porto Alegre

Acho que nos anos iniciais do blog, já postei a respeito do meu passado rockeiro alternativo em Porto Alegre. Freqüentava lugares alternativos, e o melhor, baratos, tais como o Garagem Hermética, o Porto de Elis, as Catacumbas e o próprio Daeca (da FCE-UFRGS) para assistir shows de bandas independentes e covers que faziam muito sucesso local.

Para matar a saudade daquela fase da vida, encontrei no YouTube vídeos de duas das minhas bandas favoritas da cena alternativa de POA: o Blitzkrieg e a Graforréia Xilarmônica.







segunda-feira, maio 17, 2010

Ronnie James Dio (1942-2010)

Neste sábado morreu o lendário vocalista do Rainbow e do Black Sabbath Ronie James Dio, de câncer no estômago. O rock perde, assim, um dos seus maiores ídolos de todos os tempos.

Dio é conhecido como o criador do gesto característico do heavy metal, o punho fechado com os dedos indicador e mínimo em riste. A história dessa criação é bem pitoresca. Em um show, ainda no início de sua carreira, Dio notou que um membro do público o estava vaiando. Mais tarde, essa mesma pessoa passou a fazer gestos obcenos para o cantor, mostrando o dedo médio. Dio, de família italiana, respondeu fazendo o gesto que simboliza o "corno" em sua cultura. Mas a platéia toda viu essa atitude e, dali por diante, passou a imitá-la em todos os shows, não só de Dio, mas de todas as bandas de metal.

Dio é o vocalista do disco Heaven and Hell, do Black Sabbath, que eu considero o melhor de todos os que tenho. Também tive a oportunidade de vê-lo ao vivo no ano passado, em Belo Horizonte (no Chevrolet Hall).

Seguem alguns vídeos dele com o Black Sabbath:









sexta-feira, maio 14, 2010

Distribuição da População por Nível Intelectual

Esta estimativa, feita com dados da PNAD de 1970 a 2008, foi publicada pelos Malvados.

quinta-feira, maio 13, 2010

José Serra X Míriam Leitão

Em uma entrevista para a CBN, a jornalista Míriam Leitão questionou o candidato à presidência José Serra sobre a possibilidade de uma mudança drástica na política econômica, o que provoca medo para o mercado financeiro. Serra não só negou os rumores (inclusive o de, estupidamente, unificar as funções de Presidente da República e de Presidente do Banco Central), como ainda ironizou a jornalista.

Depois de tantas bobagens que já li dela, creio que a Míriam Leitão mereceu o que ouviu. Além disso, estou farto de ouvir comentários de economia de jornalistas que sequer tocaram em um manual de introdução à Economia na vida.

terça-feira, maio 11, 2010

Os Melhores Cursos de Graduação

Descobri um site que lista as principais carreiras universitárias em ordem decrescente de salário médio inicial e ao longo da carreira. A lista segue os valores salariais norte-americanos, mas acho que ainda é um bom critério para quem está pretendendo fazer vestibular a partir desse ano.

Os 10 melhores cursos são:

1 - Engenharia Aeroespacial

2 - Engenharia Química

3 - Engenharia da Computação

4 - Engenharia Elétrica

5 - Economia

6 - Física

7 - Engenharia Mecânica

8 - Ciência da Computação

9 - Engenharia da Produção

10 - Engenharia Ambiental

E, na rabeira da lista, estão:

56 - Artes Cênicas

57 - Artes Plásticas

58 - Turismo

59 - Pedagogia

60- Horticultura (Botânica)

61 - Letras (Espanhol)

62 - Música

63 - Teologia

64 - Educação Elementar (Pedagogia especializada em jardim-de-infância, eu acho)

65 - Serviço Social

Os cursos de Direito e de Medicina estranhamente não estão na lista. Os que chegam mais perto são "Tecnologia Médica" e "Justiça Criminal", que estão mais para o final.

segunda-feira, maio 10, 2010

Coisas Estranhas de Brasília

A partir desse post, quero listar todas as coisas, estranhas, pitorescas e bizarras que venho acompanhando na capital federal nesses últimos meses. Quero deixar claro que estou gostando de morar em Brasília. A cidade tem um clima de segurança que ninguém imaginaria na Porto "Cidade do Medo" Alegre, e uma tranqüilidade que eu nunca imaginei que teria quando morava no Centro de Belo Horizonte e respirava ar contaminado com quantidades industriais de óleo diesel e gordura de frituras.

Aceito qualquer colaboração.

1 - O "Centro" da cidade é o chamado "Eixo Monumental", uma avenida de duas pistas e seis faixas em cada uma, com praças entre elas. Sua principal característica é ser praticamente impossível de ser atravessada por qualquer pedestre que corra menos de 30 km/h e não seja fortemente propenso ao risco.

2 - Os ônibus não têm qualquer indicação sobre para onde eles vão. Apenas termos vagos e genéricos como "Estrutural-Plano Piloto".

3 - É proibido demolir e reconstruir prédios residenciais do Plano Piloto. Acho que a Mãe Natureza vai acabar virando fora-da-lei nessa cidade, porque alguns blocos das quadras 400 Norte, próximos à UnB, estão se decompondo. O resultado disso é o preço astronômico dos imóveis no plano piloto: o preço de um quitinete por aqui é quase o de um apartamento na Bela Vista em Porto Alegre. E os maiores beneficiários disso são os principais investidores imobiliários do DF, e, não coincidentemente, são também os homens fortes da política daqui: Paulo Otávio e Joaquim Roriz.

4 - Os quebra-molas das ruas são invisíveis a olho nu. Só são percebidos quando se sente o carro pular.

5 - Os bairros Lago Norte e Lago Sul, residências da classe alta local, têm o ar de complexo militar. Não são vistas as casas e as mansões, e os bairros não têm quase nenhum comércio. Pedestres, nem se fala. Tudo o que se vê são muros de 5 metros de altura cobrindo as quadras de ponta a ponta, de cimento puro ou cobertos por trepadeiras.

6 - Os residentes locais têm um total descaso por seus veículos: acho que 70% dos carros daqui estão amassados, quebrados ou com a pintura descascando. E, quando querem trocar de carro, os brasilienses simplemente abandonam o antigo em algum estacionamento na rua.

7 - Os habitantes, em grande maioria migrantes do Rio de Janeiro (classe alta) e do Nordeste (classes baixas), tentam matar a suadade da praia andando de roupas de banho nos parques públicos.

(continua...)

Dica de Lazer em Brasília

Um dos programas de lazer que eu mais sentia falta desde que cheguei em Brasília, em outubro do ano passado, era a caça de livros e discos raros em sebos. Tanto em Porto Alegre como em Belo Horizonte, cidades em que eu morei anteriormente, tinha a minha disposição, respectivamente, a rua Riachuelo e a galeria do Maleta. Mas em Brasília, até o último sábado, ainda não tinha encontrado um lugar para respirar a poeira de livros com páginas amareladas e encontrar bons saldos.

Pois bem, nesse sábado visitei o Sebinho, que fica na quadra 406 Norte. É um sebo "chique", bem diferente dos que eu freqüentava nas cidades passadas. São dois andares, sendo que no primeiro funciona um restaurante-cafeteria, que serve pratos sofisticados, e uma venda de livros novos. O lugar é freqüentado por todo o tipo de gente, mas há uma abundância de intelectualóides de óculos grossos e cachecol que discutindo a pós-modernidade na fila do caixa. No subterrâneo, funciona o que realmente se espera de um sebo: prateleiras de madeira lotadas de livros velhos em promoção. E os preços, por incrível que pareça (dado que fica em Brasília e é um local limpo) são muito bons: livros de economia e literatura a partir de 2 reais.

O lugar também tem uma seção de CDs e DVDs, também com bons preços, mas com pouca diversidade.

Pude desfrutar meu fim-de-semana com um livro da CEPAL sobre o impacto das reformas estruturais nas economias lation-americanas (2 reais) e com o CD "Acid Eaters", dos Ramones (12 reais).

segunda-feira, maio 03, 2010

Situação de Meus Artigos

Nesses últimos meses, tenho ocupado minhas horas vagas corrigindo, modificando e re-submetendo os artigos que escrevi durante o mestrado. A situação deles está mais ou menos assim:

Econometria I (estimação da demanda mundial por petróleo com painel dinâmico): corrigi a redação, e meus colegas de grupo estão fazendo mais alguns testes econométricos. Vamos submeter numa revista B2 nacional até o final do mês.

Metodologia da Economia (Imre Lakatos): parece que passou no Congresso de Economia Política. Esse artigo é imbatível em congressos e seminários, mas já levou dois "tocos" de revistas. É o último na minha fila para correções.

Tópicos em Econometria - Dados em Painel (Lei de Thirlwall na América Latina): submetido em uma revista B3 nacional, recebi notificação do editor na sexta-feira, avisando que os pareceristas sugeriram mais modificações. Dentre elas, está a inclusão de um teste de robustez para as estimativas, que eu vou ter que correr atrás a partir de agora.

Modelos Hierárquicos (programas sociais e freqüência escolar nos estados brasileiros): submetido em uma revista B2 nacional desde outubro do ano passado.

Capítulo 2 da Dissertação (revisão bibliográfica da economia da pobreza): foi recusado em uma B2 nacional, mas o parecerista fez críticas bastante onstrutivas ao meu texto. Uma professora do Cedeplar me sugeriu fazer as modificações mais factíveis e tentar submeter numa B4 nacional que costuma publicar artigos de temática semelhante.

Capítulo 3 da Dissertação (aspectos teóricos da relação entre desempenho macroeconômico e bem-estar social): submetido em uma B3 nacional.

Capítulo 4 da Dissertação (mesma temática acima, mas com estimação empírica por mínimos quadrados empilhados): submetido em uma B2 nacional.

* Idéia: Capítulo 4 da Dissertação (estimação por pseudo-painel): estou começando a esboçar esse trabalho. Na verdade, era para ser o ponto principal da minha dissertação, mas os resultados das estimativas por MQOE ficaram muito melhores (já que minha base de dados tinha quase 1 milhão de observações).

ALém disso, transformei uma resenha que fiz na graduação sobre o livro clássico do David Ricardo (o único trabalho aproveitável dessa época) em artigo, e submeti como texto para discussão do Cedeplar. Olhando tudo o que escrevi no mestrado, até que dá para ver que trabalhei bastante. Mas já estou ficando agoniado com minha situação: afinal, quando minha primeira publicação em periódico vai sair?

AC/DC - Thunderstruck