domingo, maio 25, 2008

Faço Chimarrão

Este é um post de utilidade pública, voltada para todos os jovens porto-alegrenses qu curtem tomar um bom chimarrão, mas gentilmente permitem que seus pais, seus avós, ou seus amigos mais gaudérios (interioranos) demonstrem suas seculares técnicas de preparo. Assim, quando saem do Rio Grande do Sul (ou do oeste de SC, do PR e do MS), acabam privados de seu peculiar prazer.

Para o meu caso particular, estava precisando de fontes mais potentes de cafeína para os estudos, já que o cafezinho já não faz mais muito efeito em mim.

Encontrei um vídeo bem didático no You Tube que ensina a preparar o chimarrão.



Comprei a cuia e a bomba no Mercado Público daqui de BH na sexta-feira (15 reais o conjunto), e deixei de molho em água fria durante os dois dias. Contudo, mesmo hoje, quando preparei o primeiro mate, senti gosto de madeira. Talvez melhore nos próximos.

quinta-feira, maio 22, 2008

Educação, Produtividade e Crescimento Econômico

Dentre os textos que tenho lido para a cadeira de "Economia da Educação, Mercado de Trabalho e Bem-Estar", destaco os artigos elaborados por Eric Hanushek (Stanford University), que é um dos principais estudiosos da área em nível mundial. O autor defende, em princípio, que a educação não é apenas um sinalizador da produtividade de um indivíduo, mas sim um mecanismo que desenvolve as suas habilidades, isto é, causa a produtividade, e não só a revela. Por isso, além da quantidade, a qualidade da educação é determinante para a acumulação de capital e o crescimento econômico. Também é curioso o patriotismo americano que o autor sempre revela na interpretação dos seus resultados.

De acordo com Hanushek, em "The Economics of School Quality" (2005), há uma forte relação entre a qualidade da educação, cuja mensuração quantitativa está cada vez mais desenvolvida pela disponibilidade de bancos de dados e indicadores, e o desenvolvimento de habilidades cognitivas individuais. Esse processo tem importantes conseqüências em nível microeconômico, pela maior performance dos indivíduos melhor qualificados no mercado de trabalho, e em nível macroeconômico, com a possibilidade de maiores taxas de crescimento da nação. Especificamente, os mecanismos que associam a qualidade da educação com o crescimento econômico do país, segundo o autor, referem-se não apenas a maior produtividade do trabalho, como já é destacado pela literatura a respeito do capital humano, mas também pela maior possibilidade de ocorrerem inovações – entendidas como introduções de novas tecnologias produtivas – e uma melhor adaptação a essas inovações, caso a força de trabalho da nação esteja bem instruída e qualificada.

O autor refuta, baseado em observações empíricas, quatro hipóteses muito freqüentemente levantadas por autores céticos em relação ao papel da qualidade da educação sobre o crescimento econômico:

1) A educação, em si, não causa crescimento, mas está correlacionada com as verdadeiras causas do crescimento econômico. O autor refuta essa hipótese apresentando uma relação empírica forte entre a qualidade do ensino e o crescimento econômico, mesmo controlando para os países de maiores taxas de crescimento (principalmente, os países do leste asiático).

2) A qualidade da educação, na verdade, é uma proxy para a qualidadedas instituições de um país, sendo essa, sim a verdadeira fonte do crescimento. Hanushek refuta essa hipótese apontando que os imigrantes vivendo nos Estados Unidos tendem a receber salários inferiores aos dos nativos, e proporcionais a qualidade da educação do seu país de origem. Se a educação não importasse, esperaria-se que houvesse uma convergência entre seus salários.

3) Há uma causalidade inversa, ou, no mínimo, uma simultaneidade entre crescimento e educação, supondo-se que os países com maior renda possuem maior volume de recursos para investir na qualificação da sua força de trabalho. Contudo, o autor demonstra econometricamente que o volume de investimentos em educação não é significante para explicar sua qualidade.

4) A educação é importante, mas não é o único fator que determina o crescimento econômico. Nesse ponto, Hanushek concorda. Segundo o autor, também são importantes para o desenvolvimento a qualidade das instituições de cada país, e, pelo menos para o caso norte-americano, a flexibilidade dos mercados, tanto o de bens e de serviços, como o mercado de trabalho. Porém, no texto não há descrições mais aprofundadas sobre como as instituições econômicas norte-americanas agem para o melhor funcionamento de seus mercados.

segunda-feira, maio 19, 2008

Eis o Belo Horizonte!

Desde que me mudei para Belo Horizonte, em janeiro de 2007, uma das perguntas que mais recebo de meus amigos do sul é algo do tipo: "E o horizonte da cidade, é bonito mesmo?". Para os curiosos, deixo que tirem suas próprias conclusões. Uma boa imagem vale mais do que mil palavras.

Aqui estão algumas fotos do horizonte de Belo Horizonte:


Horizonte visto praça do Papa (com o pitoresco formato de duas quadras, uma circular e uma cônica), em que em 1980 o Papa João Paulo II fez elogios ao mesmo.


Horizonte visto do Parque das Mangabeiras, uma reserva ecológica na zona sul.


Horizonte visto do bairo Belvedere, em processo de construção.


Horizonte visto da torre Altavista, o mais alto mirante da cidade.

terça-feira, maio 13, 2008

Mapa da Pobreza em Porto Alegre - 12 (Vila Bom Jesus)

Nesse post, vou apresentar um dos maiores complexos de pobreza de Porto Alegre, a Vila Bom Jesus (popularmente conhecida como "Bonja"). Essa vila não se localiza na periferia, mas sim dentro da cidade, entre as avenidas Ipiranga, Protásio Alves, Antônio de Carvalho e a rua Isabel (à oeste). Uma visão geral sobre o bairro é esta:


Ao contrário dos complexos de pobreza aqui anteriormente mostrados, as vilas que compõem a Bonja estão, em sua maior parte, unificadas. De leste a oeste:



Até o extremo norte da vila (a Vila Brasília):


Outros pequenos núcleos de pobreza estão na parte leste do bairro e perto da encosta do morro Santana:



Apesar de estar dentro da cidade, e junto a algumas das avenidas mais movimentadas de Porto Alegre, a Vila Bom Jesus dificilmente é vista pela população. Isso acontece devido a uma questão de relevo: a Bonja é uma "baixada", uma depressão entre morros e regiões altas: a av. Protásio Alves está a 124 metros de altura (fonte: Google Earth), a Cristiano Fisher (oeste), a cerca de 80 metros, o morro Santana (leste) chega a 300 metros, e a Ipiranga, no sul, a apenas cerca de vinte metros acima do nível do mar. E a vila está afastada da Ipiranga por uma série de terrenos não-ocupados (não explicados) e pelas vilas Cefer, urbanizadas a muito tempo.

Por esses motivos, que também valem para outras regiões de favelas na cidade, muita vezes afirmamos que Porto Alegre é uma área urbana afastada das vilas. Mas elas estão debaixo de nossas barbas (e das nossas elevações geográficas).

terça-feira, maio 06, 2008

Teoria Microeconômica da Educação

A Economia da Educação provavelmente é a área da Economia Social com maior projeção e desenvolvimento teórico recente. A maior parte da literatura a seu respeito envolve testes empíricos e econométricos para avaliar os efeitos da quantidade e da qualidade de ensino sobre os rendimentos dos indivíduos (em nível micro) e sobre o crescimento econômico (em nível macro). Os principais autores na área são a Petra Todd (University of Pensylvania) e o Hanushek (Stanford).

Contudo, além dos trabalhos empíricos, também há um desenvolvimento de cunho teórico a respeito do processo de educação sob um enfoque econômico. Por exemplo, Todd & Wolpin (2003), no artigo “On the Specification and Estimation of the Production Function for Cognitive Achievement”, procuram destacar os principais aspectos teóricos da modelagem econômica do processo de aprendizado, definido como o desenvolvimento de habilidades cognitivas individuais. É definida uma função de produção da educação para cada indivíduo, em uma evidente analogia com a teoria microeconômica da firma, em que o aprendizado decorre de uma tecnologia de combinação de insumos escolares para a produção de habilidades cognitivas.

Os autores apontam que, na literatura sobre essa temática, há uma falta de consenso sobre quais são os insumos escolares (entendidos como as características específicas das crianças e das escolas) que são os mais importantes para o aprendizado. Entretanto, sabe-se que a educação é um processo histórico, no sentido de que o nível de habilidade cognitiva atual de cada indivíduo depende das combinações passadas de insumos, e a ordem dos fatures afeta o produto. Além disso, não apenas os insumos das escolas e das famílias determinam o aprendizado das crianças, mas também as suas características inerentes (de cunho biológico, psicológico ou genético) são importantes.

quinta-feira, maio 01, 2008

Outono Chegou

Hoje fez o primeiro dia "frio" do ano, daqui de Belo Horizonte. A temperatura deve estar em uns 17 ou 18 graus. Pena que isso não dura muito por aqui.

Calvin e a Educação

Uma tira sobre a importância da qualidade de nossa educação sobre nosso futuro profissional.



O processo de aprendizagem envolve, assim como qualquer função de produção, a alocação de recursos para a obtenção de produtos. E só uma parte desses insumos vem da escola: o background familiar e o sangue-suor-&-lágrimas pessoal também contam muito.

E ainda, a escola não funciona apenas como um "sinalizador" de competência, apenas cedendo títulos. O estudo e o aprendizado desenvolvem habilidades cognitivas intrinsicamente relacionadas às capacitações individuais.