sexta-feira, outubro 29, 2010

Clipping Eleitoral

O que a blogosfera econômica vê sobre as perspectivas do Brasil pós-eleições?

O Duílio acha que, do ponto de vista dos cidadãos, nada de relevante vai mudar, independentemente da eleição de Dilma ou Serra:
convenci-me que -ceteris paribus- tudo ficará igualzinho, ou seja, não será apenas o que desejaríamos manter constante é que assim se manterá. seguiremos tendo "A Voz do Brasil", interferência do estado na vida feminina (intestina, uterina, intrauterina, nada saudável), serviço militar obrigatório, voto obrigatório, impostos concentracionistas, dilema de prisioneiros entre os estados, e por aí vai. além, claro, de salários nababescos (marajoaras?) para governantes de todos os níveis (contei uns oito...).


O Oreiro propõe uma agenda de políticas macroeconômicas para o Brasil manter uma trajetória de crescimento maior do que vem seguindo até então. Segundo ele, o candidato que propor medidas em convergência com essa agenda tem o seu voto.
No nosso entendimento são cinco os compromissos com a produção que devem ser assumidos publicamente pelos candidatos para garantir a prosperidade com justiça social:

1. Aprovar uma reforma tributária com diminuição, simplificação e progressividade dos impostos e praticar a desoneração imediata das exportações e dos investimentos produtivos.

2. Praticar uma política cambial inteligente e bem administrada que favoreça a competitividade global da produção brasileira.

3. Baixar mais rapidamente os juros para equiparar as taxas do Brasil às de nossos concorrentes.

4. Lutar por uma reforma trabalhista que atualize as relações das pessoas com as suas organizações.

5. Praticar uma gestão pública eficiente, que faça mais com menos e elimine o desperdício e a corrupção.


O NPTO segue fazendo campanha pró-Dilma.

O Adolfo Sachsida e o Irineu de Carvalho Filho seguem fazendo campanha anti-Dilma. Seus argumentos, no entanto, são não-econômicos: Dilma representaria uma ameaça à democaracia e às liberdades individuais no Brasil.

O Leondardo Monastério postou uma planilha detonando a tese (dilmista) de que a redução da inflação no Brasil pós-Plano Real foi conseqüência da conjuntura internacional, e não da condução da política macroeconômica no país no governo FHC.

O blog O Indivíduo não postou nada sobre as eleições, mas postou um texto excelente sobre a religião e a busca da verdade, o que tem tudo a ver com os atuais rumos da campanha eleitoral.
A questão toda é piorada pelo fato de que nossos irracionais, ilógicos e em última análise injustificáveis (e por vezes inconstantes, incompreensíveis, contraditórios e por vezes mesmo insondáveis e inacessíveis) instintos, sentimentos e impulsos são apesar disso tudo insufocavelmente e sufocantemente REAIS. Podemos diante disso aceitar que nossas motivações são completamente arbitrárias e abrir mão da ilusão de que sequer faça sentido falar em agir apenas racionalmente (isso seria buscar… o quê?) … ou podemos construir uma fantasia totalmente irracional (religiosa ou não) sobre por que nossos queridos preconceitos e fantasias são na verdade maravilhosamente bem fundamentados… e então agir “racionalmente” dentro do paradigma dessa fantasia. Em qualquer caso, a lógica permanece o melhor guia em termos de estimar o que é real. A questão é que “o que é real” absolutamente não é a única coisa que importa, aliás longe disso. O mundo real é árido e vazio de significado, e profundamente insatisfatório como residência de nossa psique.


Mas quem melhor sintetizou os debates e as campanhas em uma frase foi o "Malvado" André Dahmer:
Meus porcos acharam a campanha eleitoral suja.

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