quinta-feira, novembro 03, 2011

Modelos Hierárquicos: Também Não

Ontem recebi mais um parecer negativo: o meu trabalho utilizando dados da POF para estimar o efeito da participação em programas sociais sobre a freqüência escolar nos estados brasileiros foi recusado por uma das principais revistas de economia do Brasil. Esse foi o meu primeiro artigo acadêmico, em co-autoria com a Helena Castanheira do mestrado em Demografia do Cedeplar-UFMG, elaborado em novembro de 2007 para a disciplina de Modelos Hierárquicos. Formatei ele em agosto de 2008, e o submeti na revista Pesquisa e Planejamento Econômico, onde foi recusado alguns meses depois. Em setembro de 2009, fizemos vários ajustes e incluímos métodos de micro-simulação, para então submetermos na Revista de Economia Aplicada, que só repassou o parecer agora, quase dois anos depois.

Esse artigo me animou muito, não só por ser meu primeiro trabalho formalmente acadêmico (o que não inclui relatórios de pesquisa de iniciação científica e monografia de graduação), mas também por ter encontrado alguns resultados interessantes. A Helena soube pilotar a POF como ninguém, e me lembro como deu trabalho montar o banco de dados. A parte teórica, incluindo a revisão bibliográfica, foi refeita várias vezes, pois minha inexperiência acadêmica na época me levou a elaborá-la com base nos trabalhos que apareciam no Google, ao invés de procurar papers nas principais revistas de economia nacionais e internacionais.

Agora é hora de re-re-refazer algumas coisas, e tentar uma nova revista.

Curiosidade: relendo, encontrei no trabalho alguns trechos que eu não me orgulharia se fossem publicados: "... como a amostra só inclui jovens de 14 anos, o fator gravidez, que afeta negativamente sobretudo os estudos das meninas, é menos comum." (me lembrou o filme "Júnior"). E também: "nos últimos anos, é notável a crescente popularidade do uso de modelos de estimação em multinível..." (alguém já leu o Manifesto da Econometria Política? Pois é...).

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