Eu me lembro como se fosse ontem (clichezão) o dia em que fiz a minha primeira prova acadêmica. Não era bem uma prova como estou acostumado hoje, mas um "trabalhinho que a professora vai recolher e levar para o conselho de classe", um mero eufemismo para não assustar as inocentes crianças da primeira série do primeiro grau (hoje conhecido como "Ensino Fundamental").
A prova, ou o trabalhinho, consistia em uma série de animais desenhados em uma folha, em preto-e-branco, para a criançada colorir. O objetivo, eu imagino hoje, era avaliar aqueles que conseguiam pintar dentro das bordas do desenho, sem borrar (uma meta muito ousada para crianças de 6 ou 7 anos de idade). De todos os animais, o mais difícil de pintar era um cachorrinho, que era todo malhado, exigindo que as crianças usassem várias cores para pintar o desenho de seu pêlo. Imediatamente, diante da primeira adversidade de sua vida acadêmica, um dos meus colegas realizou a sua primeira estratégia de estudo de sua vida: Como é mais difícil, vamos pintar o cachorrinho por último! Brilhante, não?
Bom, pra mim 15 anos se passaram como vento desde então (1991), e encontrei pela minha vida a matemática, a física, de vez em quando a geografia, depois o Vestibular, mais depois ainda a faculdade, começando por Cálculo, continuando por álgebra e concluindo com a monografia, e agora estou suando a camisa em cima de concursos públicos e o exame ANPEC (para pós-graduação em economia). O moedor de carne humana representado pelo ensino fez muitas vítimas entre meus colgas de primeira série, e muitos deles eu nunca mais vi.
Mas eu ainda me lembro daquela maldita figura do cachorrinho. A primeira adversidade. A primeira gota do stress e da pressão que iria tomar conta do meu corpo nos 15 anos seguintes. A ponta do iceberg que iria afundar o Titanic chamado "tranqüilidade infantil".
Pensando bem, até que pintar aquele bicho não foi tão difícil. Se na prova da ANPEC desse ano ele aparecer para me amolar novamente, não terei medo, e o pintarei com segurança!
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Um comentário:
Primeira vez que entro no teu blog.
Bah, muito tri esse texto.
Mas se o Cachorrinho aparecer ma ANPEC, lembre-se: não precisa pinta-lo. Pinta só os desenhos mais fáceis. Os mais difíceis deixa em braco, hehehehehehe.
ah, e na ANPEC tem sim que saber pintar. Se pintar os os circulos da folha ótica errado, da problema,hehehe
Mas, não te preocupa Ricardo, vai ter varios desenhos(questões) que tu vai saber pintar tranquilamente.
Falou
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