Esse blog iniciou-se exatamente no dia 14/12/2005, mas como o meu computador só voltou ontem de noite do conserto, e só foi reinstalado hoje de manhã, vou comemorar o seu aniversário de um ano atrasado.
Pois é, um ano se passou desde que eu me animei a iniciar esse blog. Minha proposta inicial era falar basicamente dos livros e discos que eu estava curtindo em cada momento, com pitadas de política e de economia. Mas o mais importante, eu realmente não queria envolver assuntos de minha vida pessoal aqui. Infelizmente (ou felizmente, sei lá quem se interessa por isso) acabei não resistindo, e usando esse espaço para alguns desabafos individuais.
2006 foi um ano muito significante para mim, o que mais marcou mudanças no meu cotidiano desde 2002, quando eu entrei na faculdade.
Esse foi o ano em que elaborei minha monografia-monstro (124 páginas) "Federalismo Fiscal e Desenvolvimento Regional no Brasil: Uma Abordagem a partir da Constituição de 1824", que me rendeu nota 10 da banca (Maria Aparecida, Sérgio Monteiro, Ário Zimermann) e conceito A nessa cadeira.
Meu trabalho, em resumo, consistiu em uma abordagem neoinstitucionalista da teoria do federalismo fiscal (distribuição intergovernamental de competências fiscais e tributárias), com uma abordagem em cima de seu desenvolvimento na história recente do Brasil, comparando com as políticas específicas de desenvolvimento regional executadas no país da década de 60 até a atualidade, identificando pontos positivos e negativos nessas políticas. O objetivo central do trabalho era verificar se havia alguma correlação entre os estágios de centralização/descentralização das atividades governamentais (pacto federativo) com a centralização/descentralização do crescimento e do desenvolvimento econômico entra os estados brasileiros nesse mesmo período. O resultado, infelizmente, foi negativo: o desenvolvimento regional no Brasil parece depender apenas das políticas específicas adotadas para esse fim, e não do pacto federativo vigente. Segundo o professor Sérgio Monteiro, isso decorre do fato de que as instituições brasileiras não tem credibilidade suficiente para por si só garantirem um modelo de desenvolvimento de longo prazo para o país, exigindo assim a presença do Estado com políticas ativas.
A banca gostou muito do trabalho, e isso foi o mais importante. Eu também gostei muito de fazer. Realmente, parece que fazer pesquisa é o meu forte. Ao invés da maioria dos estudantes de economia, prefiro muito mais trabalhar intelectualmente, com aulas e pesquisas, do que ficar em caixa de banco encarando gente mal educada. Gostei muito do meu serviço de dois anos e meio como bolsista BIC da UFRGS.
Esse ano também tive que dar aulas de Economia Brasileira Contemporânea I, substituindo minha chefe orientadora. Mais uma vez, basicamente corrigindo listas de exercícios e resumindo textos para a turma. Eu gostei de dar aulas, e espero que a turma também tenha gostado (principalmente porque eu nunca cobrei chamada...).
A partir de julho, começou o stress com a prova da ANPEC (outubro), que foi um verdadeiro teste de resistência para mim, do ponto de vista físico e emocional... nessa hora eu vi alguns traços importantes de personalidade acadêmica. Eu vi que eu gostava muito mais de estudar micro e macro, com ênfase na aplicação prática dos modelos estudados (na conjuntura econômica e na história) do que a formalização desses modelos em si. No mestrado, será assim: seja economia internacional, seja economia da educação, quero estudar os modelos para explicar a realidade, fazer previsões e compreender problemas econômicos atuais. Deixa a parte mais formal para o pessoal da FGV...
O cursinho da ANPEC durou de maio ao final de setembro, e ocupou todos os meus sábados de manhã e de noite. Mas até que acabei curtindo, principalmente micro e macro. No final, rolou um churrasco com alunos e professores, com direito a uma cervejada histórica por parte de algumas pessoas (sim, eu inclusive...).
No final a prova da ANPEC foi muito mais difícil do que eu imaginei, principalmente matemática, em que eu só consegui resolver 4 das 15 questões e ainda errei uma de ponto cheio. Mas, difícil para mim, difícil para todo mundo, então acabei até bem qualificado #152 no geral, e passei na UFMG-CEDEPLAR, UFRJ, UFRGS e PUCRS. Optei pela primeira por causa das bolsas mesmo, além do conceito 6 da CAPES.
Visitei o Rio de Janeiro no final de novembro, em viagem paga pela UFRJ para uma palestra oferecida por lá aos candidatos aceitos às vagas no mestrado. Fomos todos muito bem recebidos pelo professor David Kupfer, mas os programas de pesquisa, a disponibilidade de bolsas e o custo de vida na cidade me inclinaram para Belo Horizonte, onde já tenho inclusive amigos via Orkut.
Fora a ANPEC, nesses últimos meses também apresentei uma palestra no ERECO (Encontro Regional dos Estudantes de Economia), na UFRGS, substituindo o professor André Cunha quase em cima da hora. Fui engravatado, seguindo a sugestão de quem me disse para parecer o menos "gurizão" possível. Mas o pessoal gostou, e isso foi o mais importante. Cheguei a receber até mesmo alguns elogios individuais, e conheci gente muito interessante de outros estados.
Do ponto de vista social, esse foi um dos anos mais agitados para mim... Eu, que durante algum tempo me considerei um anti-social crônico cheguei a sair 2 vezes por semana durante certos períodos de tempo! Principalmente, saí com pessoas que eu me identificam muito, e que eu curto de coração. Do DAECA, Risco, Juliana, Chico, Isabel, Carol, Éverton, Márcio, Martin, Carolina. OBS. Registro imoprtante para a noite, no Pinguim da Lima e Silva, em que o Risco e a Juliana começaram a namorar. Do NAPE, Diego Gordinho, Marcelo (onde anda?), Diego, Tarso, Thomas, Negão, Priscila, Gisele, PH, Gustavo e muitos outros. Do meu semestre, não ando vendo mais muita gente, mas ainda tenho falado com o Delí. Teve reencontro de amigos do Anchieta e do Universitário (Thiago, Carlos Augusto, Bianca, Carvalho, Léo, Manga, Eduardo). E, agora no final, deu uns reencontros da turma do Anchieta, motivados infelizmente pelo falecimento de nosso colega Gabriel Pillar.
Em termos fúnebres, infelizmente esse foi o ano do falecimento dos meus amigos Luciano Bauermann Cezar e Gabriel Pillar. Descansem em paz.
Intelectualmente, esse ano li muito, e muita coisa boa. Não vou selecionar nenhum melhor livro, e tampouco uma lista dos melhores. Minhas impressões pessoais sobre tudo o que li esse ano (de fora dos textos da faculdade) estão todas descritas aqui. Em relação a discos, minhas aquisições estão abaixo da média (em 2000 e 2001, gastava quase todo o meu dinheiro com CDs), o que vem acontecendo nos últimos anos, graças à internet banda larga e o gravador de CDs. As melhores aquisições fonográficas do ano foram os discos mais antigos do Nightwish, banda finlandesa de metal gótico: "Wishmaster" e "Oceanborn". Aliás, Nightwish é uma das poucas bandas contemporâneas cujo som provoca prazer aos meus ouvidos... ando muito reacionário, do ponto de vista musical (apenas!!!), ultimamente. Não me lembro da última vez que ouvi rádio ou assisti Disk MTV, e não estou nem aí.
Melhores lugares noturnos do ano, vamos ver: Tudo pelo Social (óbvio), Pingüim, Só Comes, Moinho (Campo Bom), Festas no DAECA (para mim, foram bastante positivas!), o lugar que foi na formatura e não sei o nome, Shamrock (pub irlandês). Gosto mesmo de sair para beber, ouvir bandas ao vivo, conversar e dar risada (e degustar charutos, de vez em quando). Não sou de dançar, e muito menos de rave.
Melhor cerveja do ano, não sei. Sinto falta da Carlsberg... Melhor charuto, fica entre o José Piedra (cubano que eu fumei com o Chico e a Isabel na formatura) e o Le Cigar (baiano, degustado no Pinguim da Lima e Silva junto com cerveja Serramalte).
E o Inter, foi simplesmente matador! Campeão da América e do Mundo! Os melhores jogadores foram o Fernandão, o Rafael Sóbis e o Bolívar, sendo que esses últimos foram muito bem substituídos pelo Iarley e pelo Índio. Mas o mérito é do presidente Fernando Carvalho, pela estratégia de planejamento de longo prazo, isto é, formar craques, ao invés de fazer do Beira Rio um paraíso de empresários picaretas, como era no passado. A safra atual de craques colorados é boa, e a próxima será ainda melhor!
Fico por aqui... o post ficou bastante positivo, e isso me agradou bastante (uma combinação de aprovação da ANPEC com reencontro de velhos amigos e Inter campeão mundial), espero que o próximo ano tudo seja ainda melhor!
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Há 15 horas
3 comentários:
teu blog completou um ano e eu, pela primeira vez, li um post teu inteiro! hehe, é isso ae, martini. 2006 foi bom pra mim tb. mas 2007 promete.
boa sorte lá nas minas gerais. e de vez em qdo dá algum sinal de vida!
[]'s
thiago - voltamos a ser o futuro do Brasil.
Pô, Ricardo!!!!
Adorei ler seu balanço positivo de final de ano...
Ok, nunca vou esquecer que foi numa dessas nossas noites de bebedeira que eu e o Risco começamos a namorar.... hehehehehehe, tu vai ser o padrinho de casamento, ok?
hehehehehe
Até me inspirei e farei um balanço do ano para mim tbm...
Fico feliz em ter feito parte desse ano tão especial pra tua vida... e sentirei falta das nossas idas ao tudo e no pinguim... dos charutos e licores... acompanhando sempre nossas conversas... desejo tudo de bom pra ti nessa nova etapa da tua vida... e não desapareça
FELIZ 2007
Olá Ricardo, meu nome é renato e por acaso eu acabei entrando no seu blog.
É que estou pensando em prestar anpec, mas muitas dúvidas pairam em minha mente. Estou no quarto ano da faculdade e pensei em fazer um cursinho no ano que vem para a prova. Tive uma formação vagabunda, digamos assim. Foi em uma universidade paga aqui de são paulo (que é onde moro), mas adoro economia, principalmente macro, econ brasileira e um pouco de micro.
Resumindo a história: estou um pouco perdido, sei que tudo depende de mim, mas por outro lado não quero fazer um investimento de um ano em um cursinho para depois não conseguir entrar. Sou dedicado em se tratando de estudo. Se eu resolver prestar vou mergulhar de cabeça. Mas me diz aí: é muito difícil? como foi? Se vc puder me mandar um email para a gente bater um papo seria muito legal.
Fica meu contato, abraço!
renatorugene@yahoo.com.br
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