Relendo meu post de retrospectiva 2006, me dei conte de que o fato de que ele estava estranhamente positivo de mais se deve proque eu escrevi ele logo depois do Inter ter ganhado em Tóquio! Por isso, vou dedicar um post inteiro em homenagem ao glorioso colorado!
Há não mais do que três ou quatro anos, a situação do Internacional, basicamente, era de cumprir as metas anuais de 1) Chegar à final do Gauchão; e 2) Terminar o Brasileirão fora da zona de rebaixamento. Mesmo nesses, anos, o Inter sagrou-se campeão estadual seguidas vezes, enfrentando seus rivais XV de Campo Bom e Ulbra (nessa época, o Grêmio estava tão ruim ou pior do que o Colorado). Depois, em dois anos, o Inter emplacou dois vice-campeonatos brasileiros (sendo que um desses campeonatos foi marcado por arbitragens corruptas, mas não vem ao caso agora), uma Libertadores da América e um Campeonato Mundial da Fifa.
A pergunta que todos fazem é: mas como ocorreu essa evolução, em tão pouco tempo???
Para responder a pergunta, basta lembrar a situação administrativa colorada no passado recente. Com pouquíssimos jogadores próprios, o Inter formava uma equipe de jogadores emprestados às vésperas de cada competição que participaria. Era, portanto, um paraíso de empresários inescrupulosos que empurravam seus jogadores para a direção colorada, a qual muitas vezes nunca tinha sequer visto tais jogadores atuarem em campo. Além disso, o clube tinha que pagar uma dívida pesada contraída durante a desastrosa gestão Armoretty (em que o Inter contratou jogadores do porte de Dunga, Gonçalves e Elivélton, mesmo sem ter condições financeiras para tanto), que investiu muito dinheiro nas contratações, mas que foi pobre de títulos.
A situação começou a mudar com a chegada de Fernando Miranda e Fernando Carvalho à presidência do Inter. A partir daí, mesmo que no início a época de vacas magras de títulos tenha persistido, o Inter, ao invés de montar equipes baseadas em empréstimos de jogadores ligados a empresários, passou a procurar jovens revelações em todos os campos do país. Assim, foi montado um time B, que acumulava os jovens recém-contratados para mostrar seu futebol e para testá-los em suas habilidades, antes de promovê-los ao time principal, com as maiores estrelas do grupo. Também, passou a ser marcante a maior preocupação da direção do clube com a disciplina e o preparo físico de seu grupo de jogadores.
E o resultado que temos hoje está aí para quem quiser ver. Além de títulos, temos safras cada vez melhores de jovens craques revelados pelo Colorado: começando por Lúcio, passando por Diogo Rincón, Daniel Carvalho, Diego, Nilmar, Rafael Sóbis, Bolívar, e agora, Alexandre Pato, Índio e Luis Adriano. E os olheiros continuam fazendo seu trabalho e trazendo novos craques juvenis para brilhar no futuro. Mesmo que eles acabem indo embora do clube (e do país) após estourarem, é preciso ter paciência, e a consciência de que isso aconteceria em qualquer time brasileiro.
Portanto, em relação aos recentes títulos colorados (Libertadores e Mundial), em primeiro lugar quero agradecer ao presidente Fernando Carvalho e a toda direção do Internacional pela visão DE LONGO PRAZO, de construir uma equipe, ao invés de improvisar, que deram ao planejamento do futebol do clube. Visão essa que tanta falta é sentida em quase todas as áreas estratégicas da política e da economia brasileira.
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