Este post está bem atrasado... Dediquei as minhas últimas semanas transformando meu antigo trabalho de modelos hierárquicos em um artigo, e deixei o blog às moscas.
Na semana em que fiquei em Fortaleza com meus colegas do Cedeplar, ocupamos três dias com o congresso regional da Anpec, e os outros quatro dias para conhecer a cidade, principalmente suas praias e sua vida noturna.
Em primeiro lugar, a impressão geral que tive da cidade é que é uma metrópole totalmente diferente de qualquer outra que visitei no período recente (como Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Campinas e Rio de Janeiro). Isso porque Fortaleza não parece ser uma metrópole (apesar de ter a quinta maior população do país), mas sim algo como uma aglomerado de pequenos balneários e cidadezinhas de aspecto interiorano, cada qual com sua dinâmica própria. O próprio centro da cidade parece mais um bairro histórico do que um Centro Comercial propriamente dito. Não se vêem os enormes prédios comerciais como os que têm nos centros de Belo Horizonte e de Porto Alegre, mas sim uma série de sobrados de arquitetura centenária, mas em mau estado de conservação. Além disso, o próprio comércio da cidade é mais disperso do que se esperaria em uma metrópole de seu porte, mesmo nos bairros mais nobres.
Por outro lado, as praias tem um visual muito bonito. Conheci as três praias que parecem ser as principais: Iracema, Ideal e praia do Futuro. Iracema, onde se localizavam os hotéis em que pousamos durante nossa estadia, é junto ao centro da cidade. O mar é quente, mas poucas pessoas se arriscam a tomar banho, devido à poluição. A areia é grossa, e relativamente mais escura do que as das praias do sul. A chamada praia Ideal é o bairro mais chique da cidade, pelo que percebi, e o seu urbanismo, em termos tanto de infra-estrutura, como de comércio, em nada tem a dever às praias nobres do Rio de Janeiro. A praia do Futuro é mais isolada da cidade, muitos de seus prédios são recentes, ou estão em construção. O mar lá é aberto (ao contrário das praias de dentro da cidade), de modo que é muito mais agitado, ainda que seja quente. Em geral, a água do mar é de um verde-claro, algo como um meio termo entre o azul do mar pernambucano e o verde do mar do litoral catarinense.
Um ponto de destaque nas minhas impressões sobre a cidade é a proximidade entre a pobreza e a riqueza no local. Lá, quase todas as quadras, mesmo as pertencentes aos bairros mais nobres, apresentam becos com mini-favelas. Isso se torna muito mais visível a partir da terceira quadra mais afastada da beira-mar. E ainda, no trajeto de Iracema para a praia do Futuro, o ônibus (de ótima qualidade, por sinal) atravessava uma enorme favela localizada no final da chamada "avenida da Abolição", próxima a praia Ideal. Nessa favela, não se via sinais de violência, mas o que mais chamava a atenção era o contaste entre os barracos de alvenaria simples e a magnitude das igrejas evangélicas, de arquitetura clássica, espalhadas pela comunidade.
A vida noturna de Fortaleza é muito intensa, e nos consumiu até as últimas energias (e também até os últimos centavos...). A cidade tem uma região chamada "Dragão do Mar", uma espécie de cluster de boates e barzinhos (algo como uma Savassi de BH, ou uma Lima e Silva de POA). E todas as boates e barzinhos que conheci eram muito agradáveis (minha favorita se cahamava "Orbit"), e de preços em conta para estudantes. As opções eram muito variadas, de modo a satisfazer até mesmo os visitantes menos fãs dos ritmos locais (como eu).
Combinamos, entre nossos colegas de Cedeplar-UFMG, que no ano que vem, para quem conseguir colocar artigos no congresso, de procurar conhecer as paradisíacas praias do litoral cearense no entorno de Fortaleza. Um bom incentivo a continuar pesquisando!
Os livros de 2024
Há 16 horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário