Sábado de manhã, cheguei em Brasília. A viagem de avião foi tranqüila, apesar de eu ter que pagar mais de 100 reais de excesso de peso na bagagem despachada. E isso que eu ainda tenho quatro caixas cheias de papers e livros na minha ex-república belorizontina, que eu fiquei de pegar ainda nesse ano. De qualquer forma, minhas bagagens chegaram são, salvas e no horário na capital federal.
De cara, na saída do aeroporto, tomei o famoso golpe do "taxi pirata", que muita gente já tinha me alertado. Ao procurar um taxi, fui indicado para um carro (muito fino e bem cuidado, diga-se de passagem) sem nenhuma pintura que o caracterizasse como taxi. Após embarcar minha bagagem, já quase na metade do caminho, notei que o carro não tinha taxímetro, isto é, eu tinha pego um taxi não-oficial DENTRO do aeroporto de Brasília, e fiquei totalmente à mercê do preço de seu motorista. O cara me cobrou 70 reais (!), quase o preço de uma viagem de BH até o aeroporto de Confins. Pelo menos, me deixou na porta do flat em que eu tinha reserva (não me seqüestrou).
Estou hospedado num quitinete do flat Morato II, no início da Asa Norte. O prédio é muito simples, mas o quarto é muito bom, não tem nenhuma comparação com o hotel Normandy, que eu fiquei nos meus primeiros meses em Belo Horizonte. O quarto tem um dormitório com duas camas (estou dividindo com um colega de mestrado, que passou no concurso do IPEA), uma sala conjugada com um armário de cozinha que tem um frigobar e um fogão, além de um banheiro. Pretendemos ficar por aqui até encontrarmos um apartamento de preço factível para alugar.
No mesmo dia, visitamos o Brasília Shopping, que como a maior parte dos shoppings, é um não-lugar, ou seja, é igual em qualquer lugar. Lá, almoçamos comida mineira (concluímos que não há feijão tropeiro melhor do que o de BH), e pude comprar um mapa da cidade. Passamos o resto do dia olhando classificados e pesquisando pela internet sobre apartamentos para alugar. Ao entardecer, fomos assistir futebol em um boteco de nordestinos perto do nosso flat. Lá, a cerveja era barata, R$3,50 a garrafa, longe dos preços absurdos que muitos amigos meus me avisaram sobre a gastronomia brasiliense, antes de eu viajar.
No domingo, demos uma volta pela cidade. Brasília é uma cidade "estranha", planejada bem demais. Alguns serviços, como bancos e hotéis, formam clusters ocupando quadras inteiras. Nas asas, predominam serviços comerciais ao longo das principais avenidas, ao passo que dentro das super-quadras, abundam prédios residenciais de não mais do que cinco ou seis andares. Em termos de arranha-céus nos moldes belorizontinos ou paulistanos, só vi hotéis e prédios públicos. Cada asa parece, na verdade, uma cidade do interior, com muito espaço e áreas verdes entre as construções. Os prédios estão cercados por caminhos de terra batida, percorridos pelos pedestres, que podem fazer atalhos por dentro das imensas quadras.
Ainda não me adaptei à nomenclatura das ruas e quadras. Meu flat dica na quadra 502, em frente à avenida W3. Isso ainda me parece tão estranho... Mas já me avisaram que é fácil de se acostumar, depois de certo tempo.
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