Hoje passei o dia encaixotando meus livros e arrumando minhas malas. Amanhã de manhã, embarco para Brasília, em busca de novas oportunidades.
Quando paro para pensar, me lembro que estou a quase três anos vivendo na capital mineira, e tudo parece que passou voando. Desde o fatídico dia em que deixei a casa dos meus pais em Porto Alegre para desembarcar no antigo Hotel Normandy, no centro, passando por todo o mestrado no Cedeplar-UFMG (e o clima de desespero no primeiro semestre), a mudança para a República Gaúcha na Cidade Nova, a mudança da sede da FACE-UFMG do Centro para o campus Pampulha, o momento em que conheci minha namorada Ana Carolina, as apresentações de trabalhos em congressos pelo país, a mudança para a República do Buraco, os shows do Iron Maiden e do Heaven and Hell, a defesa da dissertação, minha experiência como professor de macroeconomia, os meses em procura de emprego até hoje, parece que tudo ocorreu em um piscar de olhos. E tudo está registrado aqui no blog, nos posts a partir de 2007.
Por isso, hoje, meu último dia como residente oficial em Belo Horizonte, resolvi passar a tarde me despedindo solitariamente de tudo o que mais gostei da cidade. Saí de casa caminhando até a praça da Liberdade, que está quase toda em reformas de restauração dos prédios históricos. Desci pela avenida Cristóvão Colombo até a praça da Savassi, observando todos os bares e botecos que já freqüentei e, sobretudo, os que não tive oportunidade de freqüentar. Virei a esquerda na avenida Getúlio Vargas e segui até a Afonso Pena, e pude relembrar, no caminho, de todas as histórias que já presenciei na casa noturna A Obra e no bar da Dalva, este, sede da minha comemoração de aniversário no ano passado.
Pela Afonso Pena, segui sempre em frente e para cima, subindo as ladeiras próximas à avenida do Contorno e à praça da Bandeira. Tirei uma foto do prédio da Oi, cujo museu da história da telefonia, ainda que pequeno, foi uma das melhores atrações que assisti na cidade.
Daí segui para a Praça do Papa, que na minha opinião é o principal cartão postal da capital mineira. Como tivemos por aqui duas semanas de constantes chuvas, as montanhas da Serra do Curral, que limitam a cidade pelo sul, estavam totalmente verdes. De lá, assisti pela última vez (por algum tempo) o Belo Horizonte iluminado pelo Sol, enquanto tomava uma água de côco. De acordo com o Goodle Maps, foram 6,2 km de caminhada.
Ao pôr-do-sol, peguei um ônibus de volta para o Centro. Terminei de arrumar minhas coisas, e fui jantar sozinho do rodízio de massas do La Greppia, tradicional ponto de reflexões pós-modernas com o Diego (e outros convidados) no primeiro semestre desse ano. Após jantar, fiquei durante algum tempo sentado na mesa degustando uma excelente Serramalte e pensando na vida...
Devo retornar à Belo Horizonte em breve, e com uma certa freqüência, já que minha namorada continua na cidade por pelo menos mais um ano, já que cursa doutorado no Cedeplar-UFMG. Além disso, deixo na minha república quatro caixas de livros, artigos e CDs, para carregar depois. Mas, quando retornar, serei um mero visitante na cidade, não mais um morador com raízes firmadas.
Amanhã, meu novo lar será o flat Morato II, na Asa Norte de Brasília. Dividirei o apartamento com um ex-colega de mestrado que passou em concurso. Procuraremos um apartamento para montar uma nova república em breve.
Os livros de 2024
Há 15 horas
3 comentários:
Cara, acho que entrou um cisco no meu olho...
Queria ter feito esta "despedida" com vc...
Hahahaha, acho que um cisco entrou no meu olho também!
Despedidas, linhas de chegada misturados a pontos de partida...
...Deve ser igual a festejos de formatura... só depois que a gente vive, a gente entende o valor de todo o ritual.
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