segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Um Experimento Socialista (para Ler e Refletir)

Recebi esse texto na lista de e-mails da minha turma de pós-graduação.

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca reprovou um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo". O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas." Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam "justas". Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A".

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por "justiça" dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram o ano. Para sua total surpresa.

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado. "Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."


Refletindo, essa é mais uma história que reforça a tese de que indivíduos são sensíveis a incentivos. Já tinha lido uma variante em que o professor, para salvar a turma da reprovação, instituiu um sistema de trabalhos forçados, atolando o pessoal de listas de exercícios para entregar diariamente.

Na lista de e-mails, houve um consenso geral de que a mensagem da história acima depende da hipótese de que todos os alunos partiram de condições equânimes, de modo que suas notas refletiram diretamente e unicamente o esforço de cada um (no caso, somado e dividido entre todos). Para o caso da atribuição de notas em uma universidade, essa hipótese é factível, já que a maioria das faculdades tem biblioteca e sistemas de bolsas para alunos carentes, além do próprio fato de que cursar curso superior é uma escolha voluntária. Em outras situações da vida, o desempenho de cada um não depende só do próprio indivíduo, isto é, existem heranças, path-dependency, externalidades, exclusão social e assimetrias de informação. Nesses casos, a intervenção política para suavizar a desigualdade de oportunidades, desde que desenhada institucionalmente para não provocar incentivos adversos, pode melhorar o bem-estar social.

Por outro lado, essa história me fez lembrar da minha vida acadêmica, em que professores que queriam parecer "bonzinhos" frente aos seus estudantes, fazendo provas fáceis e correções superficiais, acabaram sendo considerados ao mesmo tempo "fracos" pelos bons alunos e "otários" pelos maus alunos. Essa foi uma das principais preocupações que tive quando dei aulas, no ano passado.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Para Quem Já Deu Aula

Lembrando dos meus saudosos ex-alunos de graduação em sua semana de provas finais, na UFMG.

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Com a Palavra, Max Weber

Inicialmente, tentemos perceber com clareza o que significa, na prática, essa racionalização intelectualista que devemos à ciência e à técnica científica. Acaso, significará que todos os que estão reunidos nesta sala possuem, no que se refere às respectivas condições de vida, conhecimento superior ao que um índio ou um hotentote poderiam alcançar a respeito de suas próprias condições de vida? É pouco provável. Dentre nós, aquele que entra num trem não tem noção alguma do mecanismo que permite ao veículo pôr-se em marcha - exceto se for um físico de profissão. De outra feita, nào temos necessidade de conhecer aquele mecanismo. É suficiente poder "contar" com o trem e orientar, conseqüentemente, nosso comportamento. Não sabemos todavia como se constrói aquela máquina que tem condições de deslizar. Contrariamente, o selvagem conhece, de modo incomparavelmente melhor, os instrumentos que se utiliza. (...) A intelectualização e a recionalização crescentes não equivalem, portanto, a um conhecimento geral crescente a respeito das condições em que vivemos. Antes, significam que sabemos ou acreditamos que, a qualquer instante, poderíamos, conquanto que o quiséssemos, provar que não existe, primordialmente, nenhum poder misterioso e imprevisível que interfira com o curso de nossa vida. Em outras palavras, que podemos dominar tudo, por meio da previsão. Isso é o mesmo que despojar de magia o mundo. (...) Essa é a essência da significação da intelectualização.


Parágrafo extraído do livro "Ciência e Política, Duas Vocações".

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Libertários?

Acompanhando a blogosfera econômica brasileira, fiquei sabendo que os libertários (grupo ideológico bastante presente na esfera virtual) fundaram seu próprio partido político, o LIBER. A princípio, a idéia me agradou bastante, já que considero que o descontrole fiscal é, atualmente, o maior problema macroeconômico brasileiro, responsável pela necessidade da manutenção de taxas de juros reais elevadas para controlar a inflação, além de sugar a poupança privada dos mercados de crédito, inibindo investimentos pelo mecanismo de crowding-out. Politicamente, já cansei de ler notícias de como que partidos fisiológicos como o PMDB e o PTB partilham e colonizam a máquina pública com uma fome voraz de cargos e verbas, sem oferecer nenhuma nova idéia de administração pública frente a sociedade. E é graças aos interesses desses partidos que quaisquer iniciativas de reforma fiscal são sempre travadas no Congresso Nacional. Por isso, o surgimento de uma opção política, com ideais modernos (ou seja, não comunistas ou patrimonialistas) e objetivos definidos é algo a se comemorar.

No entanto, como mesmo muitos blogs libertários já estão comentando, é de se ver para crer se o LIBER pretende mesmo ter alguma importância no cenário político nacional, ou se vai ser apenas mais alguma micro-legenda bizarra, sustentada por verbas públicas. Para isso, são necessários alguns cuidados por parte de seus filiados e simpatizantes. Em primeiro lugar, nota-se que esse partido reúne integrantes de um grande espectro ideológico, incluindo terceira-vias, liberais modernos, liberais clássicos, minarquistas e anarco-capitalistas. Por isso, é necessário que o radicalismo seja controlado. Isto é, o LIBER não pode ter um programa anarquista de governo, se quiser ser levado a sério pelo eleitorado. Talvez o idealismo da extinção de toda a atividade estatal seja belo, mas nenhum intelectual sério acredita que o livre-mercado pode se sustentar institucionalmente sem a definição de direitos de propriedade. Em segundo lugar, o programa do partido deve levar em conta os problemas específicos da realidade brasileira. Toneladas de citações gratuitas de Ludwig Von Mises, Hayek e Milton Friedman, carregadas de ideologia a la "Classe Média Way of Life", tal como são freqüentes nos blogs minarquistas, tendem a espantar prováveis simpatizantes.

Pedro, do blog O Indivíduo, indica três causas como ponto de partida para o movimento político libertário brasileiro que me parecem bastante factíveis:

1. A instituição obrigatória da discriminação entre preço e imposto em todas as notas fiscais, em todas as instâncias. Isso é realizado em alguns países. Quando fiz intercâmbio em Toronto, Canadá, em 2002, demorei um pouco para me acostumar, e os preços tendem a ficar muito quebrados, mas acho uma ótima idéia. E isso que lá o imposto sobre CDs de rock e alimentação (minhas principais despesas, aos 17 anos) não passava dos 15% sobre o preço bruto. Aqui no Brasil, certamente o governo ficaria com medo de divulgar as tarifas...

2. A abolição de toda e qualquer propaganda estatal, inclusive de empresas estatais. Algumas revistas e redes de televisão iriam fechar, mas eliminaria um grande "peso-morto" do gasto público brasileiro. Eu incluiria também o fim da "Voz do Brasil" e do Horário Eleitoral Gratuito.

3. Uma emenda constitucional que fale, à americana, em "probable cause". Isto é, a definição de critérios para a polícia parar e abordar os cidadãos. Isto é, para que o Estado retome sua função primordial de manter a segurança pública, o primeiro passo é exatamente ele deixar de ser uma fonte de insegurança.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

Ranking de Prosperidade

Está correndo pela Internet um novo ranking multidimensional de prosperidade sócio-enconômica entre países. O nome é Legatum Prosperity Index (clique no link para conhecer melhor), e classifica os países de acordo com rankings de fundamentos econômicos, empreendedorismo e inovação, democracia, educação, saúde, segurança, liberdades individuais e capital social.

De acordo com esse indicador, o país mais próspero do mundo é a Finlândia. Como esperado, os países nórdicos estão na ponta, seguidos pelos anglo-saxônicos. O Brasil é o 41 do ranking, e todos os seus indicadores estão nesse patamar intermediário. Apenas em termos de segurança estamos muito abaixo dos demais (somos o 79, junto com países que enfrentam ou enfrentaram recentemente guerras civis). Por outro lado, me surpreendeu o avanço do Brasil no que se refere às liberdades individuais: somos o décimo-sexto país mais livre do mundo. Isso deve ocorrer porque as leis brasileiras, de um modo geral, não funcionam. Se funcionassem, certamente um país que regula a taxa de ilumunação pública em sua Constituição Federal seria kafkaniano.

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Relativismo Cultural

Nesses últimos meses, estou envolvido em um projeto de pesquisa que procura estudar as desigualdades de sexo e de etnia na América Latina mediante a estimação de uma grande quantidade de indicadores. Particularmente, estamos mexendo com dados da Guatemala, país em que indígenas maias e brancos ou mestiços ocidentalizados ("ladinos") convivem como se fossem duas nações distintas, dadas as suas enormes diferenças culturais e sociais.

Contudo, uma questão causou um conflito entre os economistas e os socioólogos do nosso grupo de trabalho. É possível comparar o bem-estar de indígenas e de ocidentais utilizando os mesmos indicadores estatísticos? Em outras palavras, "ser pobre" tem a mesma definição, ou pode ser entendido da mesma maneira, para as duas culturas? Todos os indicadores estatísticos que estimamos são genéricos na economia do bem-estar social e na demografia: a linha de pobreza é calculada com base no custo dos alimentos; altas taxas de fertilidade são associadas ao subdesenvolvimento; tratamento de saúde só é considerado "adequado" se for feito por um médico ou profissional da área; um domicílio só é considerado "de qualidade" se tiver acesso á água potável, sistema de esgotos e coleta de lixo, e por aí vai.

Obviamente, os indígenas, sobretudo aqueles que vivem em regiões rurais da Guatemala, apresentam indicadores muito inferiores aos dos ladinos. Será que alguém espera que uma aldeia isolada tenha acesso a serviços como coleta de lixo? Para os economistas, isso são evidências da situação de penúria desse grupo étnico, a qual deve ser combatida por políticas específicas para cada indicador. Para os sociólogos, no entanto, isso reflete o fato de que os índios têm uma concepção de bem-estar distinta da ocidental. Isto é, entre eles, as mulheres sentem-se felizes quanto têm muitos filhos; logo, altas taxas de fertilidade não estão relacionadas à pobreza. Além disso, eles podem se sentir mais seguros ao receber tratamento do curandeiro da tribo do que de um médico profissional, e ainda podem ignorar a utilidade dos bens e serviços de consumo que estamos acostumados. Isso remete às conhecidas definições e teorias sobre o que é realmente a pobreza.

No meio desse debate, destaco que os sociólogos, em geral, tentam validar seus argumentos levantando evidências empíricas bastante obscuras. Por exemplo, afirmam que antes do contato com o homem branco, os índios latino-americanos eram tão saudáveis que viviam, em média, mais de 100 anos. Além disso, contam que as aldeias indígenas são auto-sustentáveis em termos de condições de sobrevivência, isto é, seus integrantes conseguem produzir exatamente o nível do seu consumo de subsistência, sem escassez nem desperdícios. Doenças e fome só afetam os indígenas após o contato com o homem branco. É claro que essas afirmaçÕes são impossíveis de testar, já que os nativos latino-americanos sem contato com a cultura ocidental nunca sentiram necessidade de desenvolver métodos de mensuração estatística. Eu, por minha vez, prefiro confiar mais nos papers que utilizam dados para testar hipóteses. E esses papers contam que a maior causa de mortes entre crianças indígenas guatemaltecas é a desnutrição de proteínas, e a demanda dessas famílias por serviços de saúde (tema que estou pesquisando nesse exato momento) é bastante racional: elas fazem combinações lineares entre gastos com tratamento tradicional e serviços médicos ocidentais. O tratamento ocidental é tido como o quechamamos de "bem inferior", isto é, é procurado de maneira inversamente proporcional à renda das famílias, é é preferido em casos de moléstias espirituais e emocionais (como a ansiedade, o medo, o pessimismo, etc.), ao passo que o tratamento médico ocidental é preferido no caso de doenças infecciosas.

Na economia, consideramos que, por trás de todas as culturas, existem indivíduos e famílias que têm diferentes gostos, preferências e restrições, mas que contêm uma natureza humana em comum. Ou seja, independente de onde e como vivem, seres humanos têm objetivos e tomam decisões para satisfazer esses objetivos, de acordo com as circunstâncias que enfrentam. Os objetivos são definidos por uma série de preferências individuais, as quais são exógenas nos modelos econômicos, mas que, no mundo real, são determinadas pelas informações que os agentes dispõem em cada momento, e podem ser alteradas de acordo com "processos de aprendizagem".

Tendo essa perspectiva em mente, aliada às contribuiçÕes teóricas de Amartya Sen, a pobreza pode ser entendida como o conjunto de circunstâncias que impede que os indivíduos humanos e suas famílias atinjam seus objetivos tal como gostariam. Assim, esses objetivos variam de pessoa para pessoa e de cultura para cultura, sendo portanto culturalmente relativos. Contudo, a situação de privação contida na ausência de meios para procurar atingir esses objetivos pode ser entendido como um mal absoluto em relação à natureza humana. Como exemplos dessas circunstâncias adversas, podem ser citadas a restrição orçamentária abaixo de um determinado nível de consumo de subsistência, que reflete as restrições materiais à satisfação de necessidades, os indicadores de saúde, que refletem restrições físicas, e os indicadores de educação, que refletem as restrições de informação.

Essas discussões teóricas sempre são úteis para nos fazer refletir sobre a qualidade e a relevância do nosso trabalho.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Keynes vs. Hayek Rap

A nova sensação da blogosfera econômica! Dois dos maiores economistas do século XX discutem a natureza dos ciclos econômicos em um rap. O vídeo puxa mais brasa para a sardinha do Hayek, mas é muito divertido e didático.

PS. O Keynes ficou a cara do Borat, não acham???



We’ve been going back and forth for a century
[Keynes] I want to steer markets,
[Hayek] I want them set free
There’s a boom and bust cycle and good reason to fear it
[Hayek] Blame low interest rates.
[Keynes] No… it’s the animal spirits

[Keynes Sings:]

John Maynard Keynes, wrote the book on modern macro
The man you need when the economy’s off track, [whoa]
Depression, recession now your question’s in session
Have a seat and I’ll school you in one simple lesson

BOOM, 1929 the big crash
We didn’t bounce back—economy’s in the trash
Persistent unemployment, the result of sticky wages
Waiting for recovery? Seriously? That’s outrageous!

I had a real plan any fool can understand
The advice, real simple—boost aggregate demand!
C, I, G, all together gets to Y
Make sure the total’s growing, watch the economy fly

We’ve been going back and forth for a century
[Keynes] I want to steer markets,
[Hayek] I want them set free
There’s a boom and bust cycle and good reason to fear it
[Hayek] Blame low interest rates.
[Keynes] No… it’s the animal spirits

You see it’s all about spending, hear the register cha-ching
Circular flow, the dough is everything
So if that flow is getting low, doesn’t matter the reason
We need more government spending, now it’s stimulus season

So forget about saving, get it straight out of your head
Like I said, in the long run—we’re all dead
Savings is destruction, that’s the paradox of thrift
Don’t keep money in your pocket, or that growth will never lift…

because…

Business is driven by the animal spirits
The bull and the bear, and there’s reason to fear its
Effects on capital investment, income and growth
That’s why the state should fill the gap with stimulus both…

The monetary and the fiscal, they’re equally correct
Public works, digging ditches, war has the same effect
Even a broken window helps the glass man have some wealth
The multiplier driving higher the economy’s health

And if the Central Bank’s interest rate policy tanks
A liquidity trap, that new money’s stuck in the banks!
Deficits could be the cure, you been looking for
Let the spending soar, now that you know the score

My General Theory’s made quite an impression
[a revolution] I transformed the econ profession
You know me, modesty, still I’m taking a bow
Say it loud, say it proud, we’re all Keynesians now

We’ve been goin’ back n forth for a century
[Keynes] I want to steer markets,
[Hayek] I want them set free
There’s a boom and bust cycle and good reason to fear it
[Keynes] I made my case, Freddie H
Listen up , Can you hear it?

Hayek sings:

I’ll begin in broad strokes, just like my friend Keynes
His theory conceals the mechanics of change,
That simple equation, too much aggregation
Ignores human action and motivation

And yet it continues as a justification
For bailouts and payoffs by pols with machinations
You provide them with cover to sell us a free lunch
Then all that we’re left with is debt, and a bunch

If you’re living high on that cheap credit hog
Don’t look for cure from the hair of the dog
Real savings come first if you want to invest
The market coordinates time with interest

Your focus on spending is pushing on thread
In the long run, my friend, it’s your theory that’s dead
So sorry there, buddy, if that sounds like invective
Prepared to get schooled in my Austrian perspective

We’ve been going back and forth for a century
[Keynes] I want to steer markets,
[Hayek] I want them set free
There’s a boom and bust cycle and good reason to fear it
[Hayek] Blame low interest rates.
[Keynes] No… it’s the animal spirits

The place you should study isn’t the bust
It’s the boom that should make you feel leery, that’s the thrust
Of my theory, the capital structure is key.
Malinvestments wreck the economy

The boom gets started with an expansion of credit
The Fed sets rates low, are you starting to get it?
That new money is confused for real loanable funds
But it’s just inflation that’s driving the ones

Who invest in new projects like housing construction
The boom plants the seeds for its future destruction
The savings aren’t real, consumption’s up too
And the grasping for resources reveals there’s too few

So the boom turns to bust as the interest rates rise
With the costs of production, price signals were lies
The boom was a binge that’s a matter of fact
Now its devalued capital that makes up the slack.

Whether it’s the late twenties or two thousand and five
Booming bad investments, seems like they’d thrive
You must save to invest, don’t use the printing press
Or a bust will surely follow, an economy depressed

Your so-called “stimulus” will make things even worse
It’s just more of the same, more incentives perversed
And that credit crunch ain’t a liquidity trap
Just a broke banking system, I’m done, that’s a wrap.

We’ve been goin’ back n forth for a century
[Keynes] I want to steer markets,
[Hayek] I want them set free
There’s a boom and bust cycle and good reason to fear it
[Hayek] Blame low interest rates.
[Keynes] No it’s the animal spirits