quinta-feira, abril 22, 2010

A História do Atraso Educacional no Brasil

Thomas Kang publicou um ótimo paper no Informações FIPE, sobre algunso dos determinantes históricos do atraso educacional brasileiro. Segundo o Thomas, a explicação para pífia evolução da taxa de matrículas durante o período do nacional-desenvolvimentismo (passou de míseros 6% em 1933 para pobres 11% em 1957, ao passo que no hemisfério norte a universalização já havia sido alcançada no final do século XIX) é a concentração de poder político. A ideologia oficial dos governos da época era de "criar lideranças para o país", e não de democratizar o conhecimento e a qualificação profissional.

Citando o Anuário Estatístico de 1916,
Em relação aos motivos das baixas taxas apresentadas, o autor da introdução da Estatística da Instrucção é bastante enfático quanto ao atraso educacional, que seria causado pela: “assídua solicitude do poder legislativo nacional, assim como do poder executivo, relativamente à causa do ensino superior, e até certo ponto da instrucção secundaria, contrastando com esse amparo a escassez de providencias temas de economia aplicada abril de 2010 quanto à cultura primaria e ao preparo do pessoal incumbido de ministra-la”. (BRASIL. DGE, 1916, p. III).


O atraso educacional no Brasil persiste ainda hoje, e ainda graças ao descaso por parte das elites políticas (de todo o espectro ideológico). Isso é visível na recente e tardia publicação de estudos científicos (e de discursos políticos, nem se fala) que relacionem desenvolvimento econômico à acumulação de capital humano. Nossas lideranças intelectuais e políticas ainda insistem na macroeconomia de curto prazo (juros reais negativos, aumento de gastos públicos e desvalorização do câmbio).

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