De acordo com a teoria neoclássica do crescimento econômico, sintetizada pelo modelo de Solow, o crescimento do produto de uma economia no longo prazo é guiado pela acumulação de capital, fenômeno esse que é explicado como o somatório dos fluxos de investimentos feitos pelas empresas. Os fluxos de investimentos dependem, por sua vez, da taxa de poupança da economia, isto é, dos recursos que não são consumidos e são depositados em instituições financeiras, as quais os transformarão em crédito para a ampliação do aparelho produtivo.
Contudo, esse modelo assume que os retornos marginais do capital são decrescentes, isto é, a taxa de lucro do capital tende a diminuir quanto mais capital acumulado dispor a economia. Isso é explicado tanto pela maior concorrência entre os capitais de diferentes empresas, como também pela menor qualidade dos insumos utilizados no processo de expansão da capacidade produtiva. Por outro lado, como o capital tem uma depreciação considerada constante, a economia, em seu processo de acumulação, tende a chegar a um estado estacionário, isto é, um determinado ponto de estoque de capital em que não é mais interessante para empresas e empreendedores em investir nesse lugar. No entanto, esse estado estacionário não é estático: ele é constantemente deslocado para o futuro por meio do progresso tecnológico, o qual é considerado o motor do crescimento das economias mais maduras.
O progresso tecnológico depende dos incentivos que as empresas de uma determinada economia encontram para investir em atividades de pesquisa e desenvolvimento, os quais, por sua vez, têm profundas relações com a estrutura industrial de cada setor produtivo.
De acordo com a teoria econômica, os quatro fatores que relacionam a produção de inovações pelas empresas e a estrutura industrial em que essas mesmas empresas operam são: a natureza de não-rivalidade das inovações produzidas, os ganhos crescentes de escala necessários para que as empresas invistam em pesquisa e desenvolvimento, a necessidade de lucros econômicos positivos para financiar as pesquisas em inovação, e a presença de um ambientes de concorrência imperfeita nos setores de maior inovação.
Explicando melhor, sabe-se que as inovações como bens econômicos têm a característica de serem bens não-rivais. Isso significa que sua produçao apresenta um custo fixo inicial elevado e sujeito a riscos, e um custo marginal - referente à replicação da primeira unidade da inovação realizada - nulo. Por isso, para que a empresa tenha meios de financiar suas atividades de pesquisa e desenvolvimento, que criam as inovações, é necessário que seu lucro econômico seja positivo, isto é, o preço do produto oferecido ao consumidor deve ser superior ao seu custo marginal.
Isso significa, portanto, que a empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento tem ganhos de escala, isto é, não há um ponto de produção universalmente ótimo, já que sua produção não é limitada pela estrutura de custos, mas sim pela amplitude do mercado. Como empresas com ganhos de escala tendem a competir entre si com o objetivo de maximizar seu
market-share, apenas as maiores tendem a sobreviver no mercado, criando um arranjo de concorrência imperfeita, que, por todo esse processo, tende a ser a estrutura indistrial mais propícia à inovação.