quarta-feira, junho 23, 2010

Save The Galvao Birds

A piada do momento na internet é este vídeo, destinado a estrangeiros, que diz que uma fundação ecológica doará 10 centavos de dólar para uma campanha de preservação dos "Galvao Birds", por cada internauta que postar "CALA A BOCA, GALVÃO" em seu Twitter. O vídeo ficou perfeito, até mais bem feito do que a maior parte das campanhas ecológicas reais que são vistas pelo Brasil.

segunda-feira, junho 21, 2010

Progresso Tecnológico e Crescimento Econômico

De acordo com a teoria neoclássica do crescimento econômico, sintetizada pelo modelo de Solow, o crescimento do produto de uma economia no longo prazo é guiado pela acumulação de capital, fenômeno esse que é explicado como o somatório dos fluxos de investimentos feitos pelas empresas. Os fluxos de investimentos dependem, por sua vez, da taxa de poupança da economia, isto é, dos recursos que não são consumidos e são depositados em instituições financeiras, as quais os transformarão em crédito para a ampliação do aparelho produtivo.

Contudo, esse modelo assume que os retornos marginais do capital são decrescentes, isto é, a taxa de lucro do capital tende a diminuir quanto mais capital acumulado dispor a economia. Isso é explicado tanto pela maior concorrência entre os capitais de diferentes empresas, como também pela menor qualidade dos insumos utilizados no processo de expansão da capacidade produtiva. Por outro lado, como o capital tem uma depreciação considerada constante, a economia, em seu processo de acumulação, tende a chegar a um estado estacionário, isto é, um determinado ponto de estoque de capital em que não é mais interessante para empresas e empreendedores em investir nesse lugar. No entanto, esse estado estacionário não é estático: ele é constantemente deslocado para o futuro por meio do progresso tecnológico, o qual é considerado o motor do crescimento das economias mais maduras.

O progresso tecnológico depende dos incentivos que as empresas de uma determinada economia encontram para investir em atividades de pesquisa e desenvolvimento, os quais, por sua vez, têm profundas relações com a estrutura industrial de cada setor produtivo.

De acordo com a teoria econômica, os quatro fatores que relacionam a produção de inovações pelas empresas e a estrutura industrial em que essas mesmas empresas operam são: a natureza de não-rivalidade das inovações produzidas, os ganhos crescentes de escala necessários para que as empresas invistam em pesquisa e desenvolvimento, a necessidade de lucros econômicos positivos para financiar as pesquisas em inovação, e a presença de um ambientes de concorrência imperfeita nos setores de maior inovação.

Explicando melhor, sabe-se que as inovações como bens econômicos têm a característica de serem bens não-rivais. Isso significa que sua produçao apresenta um custo fixo inicial elevado e sujeito a riscos, e um custo marginal - referente à replicação da primeira unidade da inovação realizada - nulo. Por isso, para que a empresa tenha meios de financiar suas atividades de pesquisa e desenvolvimento, que criam as inovações, é necessário que seu lucro econômico seja positivo, isto é, o preço do produto oferecido ao consumidor deve ser superior ao seu custo marginal.

Isso significa, portanto, que a empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento tem ganhos de escala, isto é, não há um ponto de produção universalmente ótimo, já que sua produção não é limitada pela estrutura de custos, mas sim pela amplitude do mercado. Como empresas com ganhos de escala tendem a competir entre si com o objetivo de maximizar seu market-share, apenas as maiores tendem a sobreviver no mercado, criando um arranjo de concorrência imperfeita, que, por todo esse processo, tende a ser a estrutura indistrial mais propícia à inovação.

quarta-feira, junho 16, 2010

Black Sabbath - Never Say Die



Ontem, conferindo uma liquidação de discos nas lojas Americanas do Pátio Brasil, pude comprar por apenas 10 reais o oitavo disco de estúdio do Sabbath. Enfim, após 9 anos (em 2001, obtive o Paranoid na Multisom do shopping Moinhos em Porto Alegre, meu primeiro disco deles), completei minha coleção do Black Sabbath com o Ozzy Osbourne nos vocais!

sexta-feira, junho 11, 2010

Primeira Publicação

Depois de quase dois anos guerreando contra pareceristas de todo o Brasil, enfim ontem recebia a notícia da minha primeira publicação científica: o artigo Crescimento Econômico e Restrições Externas na América Latina e Caribe sairá na Análise Econômica, da UFRGS.

Fiz esse artigo em fevereiro de 2008, para a disciplina de Tópicos Especiais em Econometria - Dados em Painel, baseado no modelo teórico de Anthony Thirlwall e John McCombie estudado na disciplina de Tópicos Especiais em Macroeconomia - Demanda Agregada e Crescimento. Ambas disciplinas cursei no segundo semestre do mestrado. Já apresentei o artigo no I encontro da AKB, em Campinas, e em um seminário interno do Cedeplar-UFMG. No entanto, foi recusado em um encontro da SEP e em uma Anpec Nacional. Foi enfim aceito na Análise Econômica após duas rodadas de modificações solicitadas.

Essa publicação não teria sido possível sem as contribuições, sugestões e dicas dos pareceristas, da profa. Flavia Chein e do meu colega Fabrício Vieira, que foi quem me ensinou a mexer no modelo.

Também destaco que, de 2008 para cá, alterei tanto meu artigo que, no final, só ficaram tal como no original os resultados econométricos finais e as tabelas descritivas das variáveis.

terça-feira, junho 08, 2010

Impressões sobre São Luís

Em relação à cidade de São Luís, gostei muito da experiência de visitá-la. De fato, é a capital brasileira mais pobre que já visitei, ainda que seja melhor do que alguns municípios nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e de Recife em que já passei. O trajeto do aeroporto até o Centro Histórico, em que se localizava o hotel em que ficamos para o congresso de Economia Política, era parecido com o que se vê nos documentários sobre o terremoto no Haiti. Por outro lado, o centro histórico é uma verdadeira aula de história, e os bairros ao seu norte são melhores.

O centro histórico de São Luís é um aglomerado de casarões coloniais portugueses dos séculos XVIII e XIX. É algo similar às cidades históricas mineiras (Diamantina, Ouro Preto e Mariana), mas com uma densidade populacional muito maior. Muitos desses casarões parecem abandonados, mas felismente há obras de restauração em todos os lugares. Já os prédios públicos estavam em perfeito estado de conservação. Não há trânsito de veículos nas ruas mais estreitas, de modo que caminhar e tirar fotos pelos lugares são atividades muito agradáveis (menos no auto-explicativo "Beco da Bosta", ao lado da principal igreja da cidade), sobretudo após às quatro horas da tarede, em que o Sol dá uma trégua.




Um ponto que me chamou a atenção na cidade como um todo, e no Centro Histórico em particular é a grande população de gatos de rua. Eram familhas inteiras de preguiçosos bichanos caminhando juntas pelas calçadas sem demonstrar medo dos transeuntes humanos e caninos, como se fossem verdadeiros cidadãos do lugar. Como apreciador de felinos, muitas vezes tive que segurar meu impulso de romper com todas as normas de higiente e pegar um filhote no colo.


Os bairros ao norte do centro se assemalham mais as demais metrópoles brasileiras. O mais próximos à praia estão ainda em construção, existe muita área verde cercada por placas de construtoras na região. Talvez em uns cinco a dez anos aquilo vire algo parecido como a avenida da Boa Viagem, em Recife (PE). O calçadão é extenso e repleto de quiosques, mas estava tudo vazio. Segundo uma habitante local, isso era efeito do feriado, já que São Luís é uma cidade que exporta seus turistas, isto é, ainda não se firmou como pólo turístico nacional. Para atrapalhar, o mar é poluído e de cor marrom mar-do-rio-grande, já que recebe as águas de um grande estuário localizado a oeste da cidade.


Em relação à comida local, não tive coragem de experimentar pratos feitos à base de camarão, mariscos e carangueijos com temperos locais, já que tive experiências anteriores, em outros locais, muito desagradáveis. Mas tomei várias doses do que eles chamam de "Guaraná Jesus", um refrigerante cor-de-rosa muito doce, com sabor de bala Sete-Belo. Até comprei como souvenir uma caneca decorada de acordo com o rótulo da latinha do refrigenrante.


Da próxima vez que visitar a cidade, espero ter a oportunidade de visitar os lençóis maranhenses, que são muito elogiados pelos turistas, mas que ficam a um dia inteiro de viagem em relação à capital.

XV Encontro Nacional de Economia Política (São Luís-MA)

Na semana passada, estive em São Luís, capital do Maranhão (feudo de Sir Ney, o Terrível) para o encontro nacional da Sociedade de Economia Política. Passei, junto com ex-colegas de pós-graduação da UFMG, quatro dias sob clima amazônico: calor abafado de 40 graus todos os dias, sob sol muito forte. Esse clima era brevemente, mas diariamente, interrompido por violentas tempestades tropicais de meia hora, que, todavia, não ajudavam a refrescar o ambiente. E o pior foi que a faculdade de ciências sociais aplicadas da UFMA, sede do evento, é toda construída em concreto, de modo que as mesas de apresentações de trabalhos se tornaram verdadeiras chocadeiras. Pelo menos, as seções principais foram apresentadas em um auditório improvisado, dotado de potentes ar-condicionados.

Eu apresentei o meu clássico artigo - veterano de quatro congressos - sobre a metodologia da economia sob os conceitos de Imre Lakatos. Minha seção foi muito boa, como foram apenas duas apresentações, tive meia hora para expôr o trabalho, e mais uma hora para debater com os ouvintes. A outra apresentação da sessão foi da Angela Ganem (UFRJ), que fez um excelente paralelo entre a metodologia da ciência em Popper e na Escola de Frankfurt. O debate com o público (umas dez pessoas), comandado pela professora Leda Paulani (UFRJ) e pelo simpático professor uruguaio Ramon Garcia Fernandez (FGV-SP) foi frutífero e desafiador. Recebi críticas e comentários muito pertinentes que certamente vão me ajudar para a futura publicação do artigo em periódico.

Além desses comentários, recebi outros bastante - digamos - criativos. Quando expliquei que, segundo Lakatos, todo programa de pesquisa científico é fundamentado por um núcleo de hipóteses metafísicas, uma aluna da UFRJ me perguntou qual era o conceito de metafísica que o autor utilizava. Respondi que simplesmente ele se referia a hipóteses que não podiam ser testadas empiricamente, e que eram simplesmente aceitas pelos cientistas integrantes de um determinado programa. A moça, então, comentou que eu deveria explorar melhor a relação entre o conhecimento científico e a metafísica a partir da filosofia budista e dos Vedas do hinduísmo. Em seguida, outro aluno de mestrado (não sei de que instituição), dissertou durante uns dez minutos sobre a metafísica de Hegel, com passagens em alemão!

No mais, não gostei muito das outras seções do congresso que assisti. A maior parte dos apresentadores parece dominar o pensamento de seus autores favoritos, mas, na hora de aplicar esse conhecimento à conjuntura e aos problemas da economia real, faltam métodos analíticos e sobram distorções teórico-empíricas, retórica de esquerda e adjetivos de impacto (tipo, o sistema financeiro mundial é "perverso"; a economia norte-americana está "fodida", etc.). Esse problema é o que considero o mais grave na heterodoxia econômica em geral, isto é, a insistência em tentar entender questões contemporâneas baseadas em referências a autores clássicos em seus originais.

Outro ponto que achei controverso foi em relação ao debate sobre política econômica brasileira. O representante do governo expôs as diretrizes institucionais da política fiscal no Brasil e gráficos sobre os principais indicadores de análise. Porém, ao contrário do que eu esperava, não houve um confronto ideológico após a sua apresentação. Mesmo os marxistas mais radicais, que consideram fatores como o câmbio flutuante e o superávit primário como insultos pessoais, ficaram calados, ou quando muito fazendo sugestões pontuais, no geral apoiando o governo.

terça-feira, junho 01, 2010

Mapa Alcoólico da Europa



Recebi por e-mail esse mapa da Europa de acordo com a bebida alcóolica mais consumida em cada região. O vinho é a bebida mais popular nas regiões em vermelho, a cerveja é mais popular nas regiões em amarelo, e a vodca é mais popular nas regiões em azul.

De acordo com discussões em sites da internet, o mercado de bebidas alcóolicas nessas regiões tende a ser determinado tanto por fatores de oferta, como de demanda. As regiões onde predomina o consumo de vinho são, em geral, os lugares que mais absorveram a cultura da antiguidade clássica, na qual o vinho era bastante valorizado. Já nas demais regiões, são os fatores de oferta que imperam: os países consumidores de cerveja são grandes produtores de cereais, e os países consumidores de vodca têm suas capacidades agrícolas limitadas pelo frio, de modo que seus habitantes dispõem de poucos ítens (como, por exemplo, a batata) para compor sua cesta de consumo. Por isso, os mesmos insumos tendem a ser utilizados em vários produtos.