Em relação à cidade de São Luís, gostei muito da experiência de visitá-la. De fato, é a capital brasileira mais pobre que já visitei, ainda que seja melhor do que alguns municípios nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte e de Recife em que já passei. O trajeto do aeroporto até o Centro Histórico, em que se localizava o hotel em que ficamos para o congresso de Economia Política, era parecido com o que se vê nos documentários sobre o terremoto no Haiti. Por outro lado, o centro histórico é uma verdadeira aula de história, e os bairros ao seu norte são melhores.
O centro histórico de São Luís é um aglomerado de casarões coloniais portugueses dos séculos XVIII e XIX. É algo similar às cidades históricas mineiras (Diamantina, Ouro Preto e Mariana), mas com uma densidade populacional muito maior. Muitos desses casarões parecem abandonados, mas felismente há obras de restauração em todos os lugares. Já os prédios públicos estavam em perfeito estado de conservação. Não há trânsito de veículos nas ruas mais estreitas, de modo que caminhar e tirar fotos pelos lugares são atividades muito agradáveis (menos no auto-explicativo "Beco da Bosta", ao lado da principal igreja da cidade), sobretudo após às quatro horas da tarede, em que o Sol dá uma trégua.
Um ponto que me chamou a atenção na cidade como um todo, e no Centro Histórico em particular é a grande população de gatos de rua. Eram familhas inteiras de preguiçosos bichanos caminhando juntas pelas calçadas sem demonstrar medo dos transeuntes humanos e caninos, como se fossem verdadeiros cidadãos do lugar. Como apreciador de felinos, muitas vezes tive que segurar meu impulso de romper com todas as normas de higiente e pegar um filhote no colo.
Os bairros ao norte do centro se assemalham mais as demais metrópoles brasileiras. O mais próximos à praia estão ainda em construção, existe muita área verde cercada por placas de construtoras na região. Talvez em uns cinco a dez anos aquilo vire algo parecido como a avenida da Boa Viagem, em Recife (PE). O calçadão é extenso e repleto de quiosques, mas estava tudo vazio. Segundo uma habitante local, isso era efeito do feriado, já que São Luís é uma cidade que exporta seus turistas, isto é, ainda não se firmou como pólo turístico nacional. Para atrapalhar, o mar é poluído e de cor marrom mar-do-rio-grande, já que recebe as águas de um grande estuário localizado a oeste da cidade.
Em relação à comida local, não tive coragem de experimentar pratos feitos à base de camarão, mariscos e carangueijos com temperos locais, já que tive experiências anteriores, em outros locais, muito desagradáveis. Mas tomei várias doses do que eles chamam de "Guaraná Jesus", um refrigerante cor-de-rosa muito doce, com sabor de bala Sete-Belo. Até comprei como souvenir uma caneca decorada de acordo com o rótulo da latinha do refrigenrante.
Da próxima vez que visitar a cidade, espero ter a oportunidade de visitar os lençóis maranhenses, que são muito elogiados pelos turistas, mas que ficam a um dia inteiro de viagem em relação à capital.
terça-feira, junho 08, 2010
Impressões sobre São Luís
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Wherever I May Roam
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Um comentário:
Que legal ver as descrições de turistas sobre São Luís! Risos. Vocês olham cada coisa... Os gatos! Sim a população de felinos é algo impressionante nas ruas de São Luís. Gato é um bicho que se reproduz fácil. Mas eu resolvi comentar só por conta de um equívoco da sua descrição, tão minunciosa! Os Lençóis ficam apenas a 5 horas de viagem, 4 horas se o carro for bem - bem!! - veloz. Vale a pena. Quando voltar visite Alcântara também.
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