O IBGE divulgou, nesses dias, alguns resultados preliminares do Censo 2010. Uma das informações que mais me chamaram a atenção foi o ranking populacional das maiores metrópoles brasileiras. A tabela abaixo mostra a evolução das 11 maiores cidades do país em relação à população do Censo passado (2000).
A tabela mostra o massivo crescimento de Brasília e Manaus em relação as demais cidades. Além disso, mostra a estagnação de Porto Alegre e de Belo Horizonte, assim como a estabilização populacional do Rio de Janeiro e de Salvador. No caso de Brasília, o inchasso da capital federal certamente está relacionado com a retomada dos concursos públicos nos últimos anos. No caso de Belo Horizonte, e provavelmente também de Salvador, conforme conversei com habitantes locais, o baixo crescimento dessas cidades se deve à saturação de seu espaço geográfico. Isto é, essas cidades já ocuparam todo o seu território físico, de modo que as novas residências são construídas nas cidades vizinhas, que se trnasformam em cidades-dormitório em um processo acelerado de conurbação (esse é o caso evidente de Belo Horizonte, que está emendada com os municípios de Contagem, Nova Lima e Vespasiano).
Em Porto Alegre, o motivo de sua estagnação deve ser, em primeiro lugar, as baixas taxas de natalidade locais. Quando passo as férias na minha cidade natal, sempre noto que há cada vez menos crianças e mais idosos nos espaços públicos. Contudo, também não deve ser esquecida a importância da estagnação econômica da cidade nas últimas décadas, que incentivou muitos jovens trabalhadores qualificados a migrar para centros com mais oportunidades, como São Paulo, Rio e Brasília. Esse é o meu caso pessoal, assim como de muitos de meus colegas de graduação e de colégio.
Já em Manaus, não sei o que pode estar estimulando o crescimento da sua população. Porém,
segundo um mapa divulgado pelo UOL, nota-se que o crescimento populacional dos estados do Norte e do Centro-Oeste é muito maior do que o dos estados do Sul (fora Santa Catarina, provavelmente por motivos migratórios), do Sudeste e até mesmo do Nordeste, cujas famílias são estereotipadas pelo seu grande número de integrantes. O país, portanto, parece estar em um processo de desconcentração populacional do litoral para o interior, o que pode contribuir para aliviar a pressão sobre a infra-estrutura das grandes cidades.
Agora, estou muito curioso para ver a evolução da renda familiar nos estados brasileiros ao longo da última década. Será que irá acompanhar o movimento populacional?