(clique na tabela para ampliar)
A tabela acima, que mostra a evolução populacional dos maiores aglomerados urbanos brasileiros nos últimos dez anos, parece confirmar algumas hipóteses que levantei anteriormente. Tanto Salvador como Belo Horizonte, que cresceram muito pouco como municípios na última década, cresceram como aglomerados urbanos em um ritmo similar à média nacional. Isso vai ao encontro à hipótese da conurbação, isto é, a população dessas metrópoles está crescendo em direção às cidades periféricas, que se transformam cada vez mais em cidades-dormitório cada vez mais economicamente periféricas ao grande centro.
A tabela também mostra que os aglomerados urbanos que cresceram mais de 20% nessa década são aquelas nas regiões de maior imigração recente, isto é, as regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil e o estado de Santa Catarina.
Por fim, os dois aglomerados urbanos com crescimento bastante inferior à média são Porto Alegre e o Rio de Janeiro. Em relação à Porto Alegre, já expliquei minhas hipóteses para isso: baixas taxas de fertilidade e emigração de jovens trabalhadores qualificados. Já no caso do Rio de Janeiro, permaneço em dúvida. Será que a violência nos morros está atingindo proporções demográficas? É fácil testar isso: basta montar uma pirâmide demográfica e ver se estão faltando homens jovens, mais vulneráv eis a mortes violentas. Ou será que os migrantes de outros estados estão retornando as suas raízes?
Um comentário:
Não sei qual a autoria da tabela, mas ao menos um erro ela contém: a ausência do aglomerado de Santos, que constitui aliás uma das poucas regiões metropolitanas de direito fora das capitais.
Trata-se de um aglomerado de fato (envolvendo São Vicente, Guarujá e Cubatão, 1 milhão de habitantes em um raio de menos de 15km) e de uma área expandida com mais cerca de 500 mil hab., estendendo-se de Bertioga (norte) a Peruíbe (sul).
Postar um comentário