Caros leitores do blog,
Sim, estou vivo. Faz quase um mês desde que postei pela última vez, e notei, pelas estatísticas do Google, que o número de visitantes está caindo. Na verdade, o que aconteceu é que, desde que parei de trabalhar como pesquisador, tenho menos assuntos acadêmicos de economia para opinar publicamente.
No momento, sou professor do Curso JB, um tradicional cursinho preparatório para o Instituto Rio Branco em Brasília. Estou gostando muito da estrutura do lugar, das pessoas e do interesse e comprometimento dos alunos. É verdade, tenho alunos de mais de 30 anos e formados em direito ou relações internacionais que entendem muito mais de economia do que muitos dos meus ex-colegas de graduação. Além do mais, dar aulas é muito agradável e recompensador, principalmente para alunos motivados a aprender (e não necessariamente com uma sólida base prévia). Após mais de um ano trabalhando como consultor de microeconometria, estava com saudades de interagir com pessoas. Estatística e econometria são fundamentais para o desenvolvimento da profissão de economista, isso está fora de discussão, mas concluí que é muito mais agradável trabalhar com base de dados quando se tem o poder de coordenar o próprio projeto de pesquisa.
Para ministrar minhas aulas, venci meu preconceito e adotei o manual de Introdução à Economia do Mankiw. Sempre tive uma certa resistência a essa obra, tanto pela peculiar ordem dos capítulos (por exemplo, a teoria do consumidor, núcleo irredutível da teoria microeconômica está no capítulo 21, ao passo que noções sobre comércio internacional está logo no capítulo 3), como também pelo enfoque explicitamente liberal do autor. Isso para mim não é exatamente um grande problema, mas temo que pode parecer até mesmo ofensivo para profissionais das áreas de ciências humanas. Também sinto falta de um ou dois capítulos sobre a história do pensamento econômico. Contudo, o livro é mais completo e com uma linguagem menos técnica do que o Manual de Economia dos Professores da USP, que usei na minha graduação. Inclusive, me lembro de ficar incomodado e assustado com o "economês" daquele manual na primeira vez que o peguei para estudar, quando era calouro da UFRGS, em 2002.
Fora isso, tenho acompanhado a atual flame war entre os economistas blogueiros Adolfo Sachsida e "O Anônimo", que posta no blog do Alexandre Schwartzman. Isso me incentiva a revisar meus conhecimentos de teoria da política monetária. E também tenho torcido muito para que o povo da Líbia se liberte do seu opressor ditador, independente dos riscos a que se submetam no futuro próximo.
A partir dessa semana, quero voltar a postar com mais freqüência. Estou devendo vários posts para o público, desde uma análise da conjuntura política do Brasil pós-eleições até um discussão sobre metodologia da economia com o meu amigo ex-cedeplariano Victor Delgado.
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