sexta-feira, dezembro 17, 2010

Palestra Ontem

Ontem, na Secretaria de Assuntos Estratégicos, tivemos palestra com o professor do CEDEPLAR José Alberto Magno de Carvalho. Parafraseando meu ex-colega (e aluno dele) Diego Rodrigues, quando eu crescer quero ser igual a ele.

Em resumo, o professor apresentou a tendência da taxa de fertilidade (média de filhos por mulher) no Brasil nas últimas décadas. Destacou a sua brutal queda desde a década de 70, assim como a convergência entre as diferentes regiões do país. Segundo o professor, o número atual de filhos por mulher no país é de 1,9, o que provocará um rápido envelhecimento da população e uma tendência de queda no número de habitantes do Brasil nas próximas décadas.

A redução rápida da taxa de fertilidade está reduzindo a razão de dependência da população brasileira (entendida como a razão entre a população fora da idade ativa - idosos e crianças - e a população em idade ativa). Isso permite que, no presente, o Brasil possa direcionar sua poupança para investimentos produtivos (e não para sustentar inativos), acelerando o crescimento. Contudo, a falta de capital humano de qualidade pode restringir esses investimentos, e limitar o crescimento e a melhoria dos padrões de vida esperada em países com essa realidade demográfica. Essa realidade, chamada de "bônus demográfico" deve durar até meados de 2030, quando o envelhecimento da população elevará novamente a rezaão de dependência, e boa parte da poupança nacional será direcionada para custear sistemas de previdência.

Por isso, o professor afirma a necessidade do país gastar menos com previdência social no período presente e investir mais na qualidade da educação, especialmente no ensino pré-escolar e primário. Mas é pessimista com a possibilidade de tais medidas serem postas em prática, já que as próprias instituições políticas de representação dos estudantes tendem a se opor a reformas na previdência (pois têm a ilusão de que os atuais benefícios são sustentáveis e durarão até chegar a sua vez de se aposentar), e defendem que a prioridade da educação pública seja o ensino superior.

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