sexta-feira, abril 22, 2011

Discussão sobre Armas de Fogo

O Adolfo Sachsida fez um ótimo ensaio sobre o que a literatura econômica já disse sobre a relação entre armas de fogo e a violência, e quais as implicações dessa relação para a política pública.

De um lado, há o argumento de que a posse de armas de fogo pela população reduz a criminalidade. Segundo essa visão, a probabilidade das vítimas da criminalidade reagirem e terem sucesso na reação é maior se elas estiverem armadas, e isso pode inibir os potenciais criminosos a praticar violência.

De outro lado, há o argumento mais de acordo com o senso-comum, que diz que as armas de fogo estão positivamente relacionadas com a violência. Isso aconteceria não apenas graças ao maior risco de mortes por armas em acidentes domésticos, mas também pela lógica de que toda arma ilegal - na posse de criminosos - já foi um dia uma arma legal - na posse de um cidadão que procurava sua defesa e/ou executar suas atividades profissionais. Por isso, quanto mais armas legais estiverem disponíveis em um território, maior é a oportunidade para que criminosos venham a tomar essas armas e a torná-las ilegais.

O Adolfo Sachsida elaborou um excelente meio termo entre essas duas visões. Citando um artigo empírico de sua autoria, as armas de fogo podem estimular ou inibir a violência de acordo com onde são utilizadas. Segundo o estudo, as pessoas que possuem armas de fogo e as mantêm dentro de suas residências estão preocupadas em defender suas vidas e seu patrimônio, e com isso inibem a criminalidade. Por outro lado, quem possui armas de fogo e as carrega fora de sua residência, tem maior probabilidade de manter um comportamento violento ou de ter sua arma roubada, e com isso incentiva a violência.

Então, a melhor opção política para a questão das armas de fogo, segundo os estudos elaborados até agora, é liberar a compra e venda de armas de defesa pessoal, mas proibir a sua posse em áreas públicas.

sexta-feira, abril 08, 2011

Ozzy Osbourne em Brasília


Nessa quarta-feira, fui ao show do Ozzy Osbourne, aqui em Brasília. Certamente, foi o melhor show da minha vida. Esse senhor de 62 anos deu uma aula de carisma e vitalidade, e comprovou que ainda tem caminho para percorrer em sua carreira. Sua voz pareceu próxima ao do que cantava no início dos anos 90, melhor inclusive do que no álbum Reunion, ao vivo com os ex-integrantes do Black Sabbath.

Em cerca de uma hora e quarenta minutos de show, Ozzy relembrou os maiores sucessos de alguns dos mais clássicos discos em que cantou, principalmente o Paranoid, com o Black Sabbath (cantou War Pigs, Iron Man, Paranoid, Rat Salad e Fairies Ware Boots), o Blizzard Of Ozz (I Don't Know, Suicide Solution, Mr. Crowley e Crazy Train) e o No More Tears (I Don't Want to Change the World, Road to Nowhere e Mama I'm Coming Home), Bark at the Moon e uma música do seu último trabalho. O público se empolgou em todas as músicas, e cantou junto ao ídolo.

Espero que o câmbio continue valorizado para os próximos meses, pelo menos até o AC/DC e o Metallica voltarem a se apresentar no país.

segunda-feira, abril 04, 2011

De Volta à Vida Acadêmica

Depois de quase dois anos, voltei para a vida acadêmica. Agora sou professor efetivo do Centro Universitário Euro-Americano (Unieuro), uma instituição privada de ensino superior do Distrito Federal. Estou lecionando Introdução à Economia para três turmas (Administração, Recursos Humanos e Gestão Pública).

Por isso, meu retorno à participação ativa na blogosfera continua (e deverá continuar) atrasado. Tenho que preparar aulas para minhas três turmas na faculdade e duas turmas no Curso JB (preparatório para o concurso Rio Branco, em que já trabalhava desde fevereiro), e isso toma todo o meu tempo. Dar aulas de Introdução à Economia nesses lugares não é o mesmo que os professores das universidades federais fazem (inclusive eu e meus colegas da UFMG), isto é, pegar um manual básico e o passar de cabo a rabo para os alunos. No Curso JB, eu tenho que "humanizar" a economia, tornando-a compreensível para alunos formados em relações internacionais, direito, ciências sociais e comunicação social. Na Unieuro, tenho que tornar a matéria a mais aplicada possível para os alunos já se sentirem aptos a sair utilizando os instrumentos de análise econômica em seus ambientes de trabalho. Além disso, tenho que usar e abusar de exemplos concretos para explicar os conceitos econômicos mais básicos.

Nessa nova experiência docente, passei a usar os recursos do Power Point. Quando era estudante, sempre tive dificuldades com aulas em slides, por vários motivos: dificulta a comunicação entre o professor e o aluno, torna a aula monótona e cansativa e, pior ainda, incentiva o professor a acelerar a transmissão de conteúdo, atropelando a atenção e o interesse dos discentes. Contudo, no caso do Curso JB, fui recomendado pela coordenação a não perder tempo de aula escrevendo no quadro e esperando que os alunos copiem. Já na Unieuro, como tenho turmas de 60 a 80 alunos por sala, a própria visualização de um conteúdo escrito no quadro já é difícil. Esperar que os alunos copiem meus resumos e esquemas seria o caos.

Para contornar os problemas da aula em Power Point, tomei algumas medidas. Meus slides são coloridos e cheios de figuras. Não ponho muito texto em um slide, ponho só o título dos pontos principais da matéria e os explico verbalmente. Antes de mudar de slide na aula, pergunto aos alunos se a matéria está clara, ou preciso repetir alguma coisa. Além disso, estou colecionando gráficos de estudos empíricos e cartas de conjuntura, para utilizá-los como exemplos de situações que podem ser explicadas pela teoria econômica básica.