Com o falecimento de John Kenneth Galbraith, no dia 30/05, a ciência econômica perdeu um dos seus melhores expoentes contemporâneos.
Em um mundo cada vez mais polarizado entre os "fundamentalistas de mercado" e os "anti-tudo e anti-todos", isto é, entre radicais de direita e de esquerda, fará muita falta a presença de um pensador pragmático, como o mestre Galbraith. Sua contribuição à economia será sempre lembrada, sobretudo nas áreas de economia do bem-estar, economia do setor público e economia institucional.
A principal tese de Galbraith foi tentar unir a eficiência da economia de mercado com a visão social das correntes intelectuais mais à esquerda. Segundo o autor, os mecanismos de mercado, deixados livremente, tendem a alocar recursos de modo a produzir bens com a maior eficiência possível. Contudo, esse tipo de economia liberal, totalmente fundamentada nos interesses individuais e na produção de bens de consumo, tenderia a deixar de lado os chamados serviços sociais, definidos como não apenas os bens públicos, mas como todo um aparato sócio-econômico voltado para o bem-estar social. Portanto, para o autor, o modelo econômico ideal seria uma espécie de "economia social de mercado", que combinaria as forças de mercado alocadoras de recursos, com a intervenção governamental democrática no sentido de distribuir riqueza e bem-estar, como forma de estender o equilíbrio econômico às esferas social e política.
A visão social e inovadora de Galbraith rendeu situações desagradáveis para o autor nos tempos do Mc Arthismo, sobretudo pela sua acentuada militância pró-Partido Democrata. Contudo, nas próprias palavras do autor, as acusações de que era simpatizante do comunismo decorriam "da própria ignorância econômica e literária dos políticos que o acusaram.".
Suas obras mais famosas foram "1929 - A Grande Depressão", "O Novo Estado Industrial" e "A Sociedade Afluente".
Rest in Peace
Os livros de 2024
Há 16 horas
2 comentários:
"anti-tudo e anti-todos" É o que mais tem hoje dia. Virou modinha ser contra, criticar e vaiar. Deveriam sim defender suas idéias e mostrar que elas são as "certas".
"o modelo econômico ideal seria uma espécie de "economia social de mercado", que combinaria as forças de mercado alocadoras de recursos, com a intervenção governamental democrática no sentido de distribuir riqueza e bem-estar, como forma de estender o equilíbrio econômico às esferas social e política" Pena que esse "tipo" de economista é, hoje em dia, cada vez menos comum de se ver. Até lá pela UFRGS dá pra ver a quantidade de neoliberais completamente sem noção =( ;~
Beijoo;)
Ah.. nem aparece que tem comentário.. :|
Hioueiehueiuhei!
Tu nem vai ver o meu assim =/
Postar um comentário