Todos estamos acompanhando o roubo (perdão... expropriação) dos ativos da Petrobrás do território boliviano. Também estamos acompanhando a inépcia do ministério das Relações Exteriores (liderados pela dobradinha Celso Amorim X Marco Aurélio Garcia) frente à crise internacional. Igualmente, temos visto líderes sindicais darem um grande exemplo de patriotismo ao defenderem sem ressalvas o roubo (perdão... expropriação) por parte das autoridades bolivianas, alegando que a Petrobrás investiu na Bolívia visando o lucro (que horror! Uma empresa visando o lucro? Onde já se viu?!) e que o ato do presidente boliviano representa uma legítima defesa contra os interesses imperialistas(!) brasileiros no país. Mas o importante é que a vida continua, e os políticos brasileiros sempre podem nos surpreender cada vez mais. Ainda veremos absurdos piores.
Mas o mais interessante desse fato é que ele pode ilustrar um exemplo da teoria keynesiana do investimento, apresentada no post passado.
Evo Morales, presidente da Bolívia roubou (perdão... expropriou) ativos da principal empresa atuante no país. Isso, segundo a teoria de Keynes, fará com que a percepção de lucro por parte dos investidores - bolivianos e internacionais - frente a situação econômica do país fique seriamente abalada. Ou seja, a eficiência esperada marginal do capital (ou o animal spirit dos investidores) decline bruscamente. Isso certamente bloqueará o ritmo dos investimentos privados no país, fazendo elevar a pobreza e desemprego. Para tentar recuperar parte do nível de investimentos, as autoridades monetárias bolivianas deverão baixar a taxa de juros para níveis irrisórios, de modo a diminuir o custo do capital.
O problema é que taxas de juros muito baixas, além de acelerarem a inflação, não compensam o risco assumido pelos agentes econômicos, que tenderão a demandar maior montante de dinheiro a sua disposição, retirando suas riquezas do setor bancário, podendo levar o mesmo à bancarrota. E ainda, deve levar a fuga de capital para o exterior, dada a instável condição institucional da pobre economia boliviana. Por fim, juros muito baixos desestimulam a poupança, comprometendo o crescimento econômico de longo prazo de seu país.
Ou seja, Evo Morales terá que escolher agora, como destino para a economia de seu país, uma situação de estagnação econômica e desemprego ou outra situação de inflação e fuga de capitais. Mas não precisamos ser tão otimistas: o cocaleiro Evo ainda pode apelar para o autoritarismo como modo de tentar ter maior controle sobre as variáveis econômicas de seu país, mesmo que não demonstre ter noção alguma sobre a Ciência Econômica.
Em suma, para resolver a crise com a Bolívia, o Exército brasileiro não precisará entrar em ação. Os políticos bolivianos já cavaram a própria cova. Tomara que se enterrem nela junto com os líderes sindicais brasileiros, o Celso Amorim e o Marco Aurélio Garcia.
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Há 17 horas
3 comentários:
Aeee! =]
Heoiejoeijeo..
Concordo com a sua pessoa. Mas, não sou radicalmente contra a nacionalização de empresas de países imperialistas, o problema é ter a certeza de que o ato dará certo. E também não é uma coisa tão simples e fácil de se fazer, e não é nacionalizando uma empresa, ou tomando essa decisão para apenas um setor que vai fazer com que dê certo.
Tá, chega. Já to me atrapalhando noz dizeres.. euiheiuhe..
Beijo
É a Gabi!
Posso pedir outro?! :P
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