terça-feira, maio 31, 2011

No Rio

Cheguei no Rio de Janeiro no domingo à tarde, e estou bem acomodado na cidade. Estou morando num flat simples em Copacabana, próximo à estação Cantagalo do metrô. Nos próximos dias, devo começar a procurar apartamento para alugar com amigos que já estão por aqui.

Essa é a minha terceira vinda ao Rio. Já tive por aqui em julho de 1995, de férias com minha família, e em novembro de 2006, quando fui conhecer a UFRJ. Por isso, ao contrário dos dias em que cheguei em Belo Horizonte (2007) e em Brasília (2009), não tive nenhum choque com a nova cidade. Em Belo Horizonte, cheguei em um sábado à noite de muita chuva, e, no dia seguinte, me impressionei com o centro da cidade cinzento, tanto pelo concreto das construções humanas como pelo nublado céu de janeiro, e deserto, tal como descrevi aqui no blog. Em Brasília, me chamou a atenção a paisagem seca do cerrado e a abundância do espaço entre os blocos residenciais e estatais. Copacabana é muito diferente das duas cidades. É tão abarrotada de gente e de prédios nas três quadras mais próximas do mar como o centro de Belo Horizonte em um dia de semana, mas, a partir da quarta quadra, o clima muda. A partir daí começam uma série de enormes prédios residenciais, antigos, mas bem conservados, habitados principalmente por idosos e por seus cachorrinhos de estimação.

O comércio e os serviços abundam nas avenidas Nossa Senhora de Copacabana e Barata Ribeiro. Tudo o que eu precisar posso encontrar a no máximo duas quadras do flat. O metrô fica a uma quadra de onde eu estou, vai me ajudar muito para chegar no meu emprego, a partir de amanhã.

Caminhei no calçadão nos três dias desde que estou aqui. A praia não está muito cheia, já que a temperatura de vinte e poucos graus não atrai a população local ao mar. Já caminhei do Arpoador ao Leme, prestando atenção nos atrativos de cada lugar que eu passo.

Hoje, fui almoçar com ex-colegas de graduação na UFRGS e de participação do diretório acadêmico, em um boteco arrumadinho, chamado "Botequim Informal", na av. Nossa Senhora de Copacabana. Depois disso, caminhamos até o Leme, e sentamos para conversar próximos aos pescadores.

Quero ver as histórias que a capital fluminense me reservará para os próximos dias, meses e anos...

quinta-feira, maio 26, 2011

De Volta ao Blog

Estou ensaiando uma nova volta ao blog. Já mal me lembro da quantidade de posts que eu já deveria ter escrito. Na minha vida, ainda não falei da minha experiência como pesquisador no PNUD (deixei propositalmente a ansiedade passar antes de pensar em publicar alguma coisa) e das minhas impressões como professor de cursinho para concursos e de faculdade privada. No mundo real, nesses últimos cinco meses estouraram uma guerra civil na Líbia, uma inflação acelerada no Brasil, principalmente no setor imobiliário, as instituições de política econômica brasileiras começaram a dar sinais de fraquejamento, Jair Bolsonaro tornou-se o porta voz do conservadorismo nacional, estourou uma polêmica sobre livros didáticos atacando um "preconceito linguístico", outra sobre o "kit anti-homofobia" nas escolas, ameaçaram dividir o Pará em três estados (obviamente, é o contribuinte quem pagará o pato) e o Internacional perdeu de virada em casa para o Peñarol, sendo eliminado da Copa Libertadores.

Como diria Jack, o Estripador, vamos por partes...

O Tempo Passa, O Tempo Voa

Agora paro para pensar... morei em Porto Alegre do nascimento aos 22 anos e um mês (83,3% da minha vida), em Belo Horizonte dos 22 anos e dois meses aos 24 anos e 11 meses (10,7% da minha vida) e em Brasília dos 25 anos aos 26 anos e meio (6% da minha vida). Acabei o colégio há quase dez anos, me formei na faculdade há quase cinco anos e defendi o mestrado há dois anos. Me lembro daquela velha propaganda do finado banco Bamerindus, no início da década de 90.



Há exato um ano atrás, em maio do ano passado, estava concluindo a minha mudança de BH para Brasília, carregando minhas últimas pastas de artigos que tinha deixado na saudosa "República do Buraco" com meus amigos. Passei exatos 8 meses carregando minhas coisas aos poucos, cada vez que ia visitar minha namorada em BH, voltava com uma mala cheia. Além disso, estava acompanhando a Copa do Mundo, e tinha uma rotina tranqüila como pesquisador do IPC-UNDP, um mês antes de começar a correria que iria durar até o final do meu contrato, em dezembro.

Agora, devo passar algumas décadas no Rio de Janeiro, se tudo der certo. Minha vida nômade deve se limitar a endereços dentro de uma única cidade. Ainda bem. Morar em diferentes cidades é uma boa experiência de vida, principalmente quando aprendo a comparar diferentes hábitos e culturas dos habitantes. Todavia, o processo de mudança (encaixotar os livros, arrumar as malas, procurar lugar para ficar, carregar a bagagem, despachar a bagagem, desarrumar as malas, carregar uma geladeira pelas escadas de um prédio sem elevadores) é muito cansativo e estressante, mesmo que até agora nada tenha dado errado. Essa será minha sétima mudança de endereço desde 2007 (Porto Alegre, Hotel Normandy (BH), Cidade Nova (BH), Centro (BH), Morato (BSB), 703 Norte (BSB), 316 Norte (adivinha?)). Se o ditado popular conta que "duas mudanças equivalem a um incêndio", sete mudanças equivalem ao transtorno de um tsunami sobre uma usina nuclear.

Última Semana em Brasília

Ainda não tinha postado aqui no blog, mas esta é minha última semana em Brasília, depois de um ano e oito meses. Domingo, embarco para o Rio de Janeiro, para assumir emprego.

quarta-feira, maio 18, 2011

Coisas Estranhas de Brasília 9

- Brasília é a única cidade que conheci em que ônibus que fazem o mesmo trajeto podem cobrar dois ou três reais pela passagem. E muitos deles não anunciam isso na janela da frente. É o cobrador que avisa.

segunda-feira, maio 16, 2011

Os Economistas Favoritos dos Economistas

Dica do Alexandre Schwartzman:

Saiu na internet um artigo de pesquisadores norte-americanos que entrevistaram centenas de economistas perguntando quem são os seus colegas de profissão favoritos. Dadas as respostas, os autores classificaram os autores mais citados, e puderam identificar os mais populares economistas entre os colegas de profissão, diferenciados em 4 categorias:

1) Economistas pré-Século XX
2) Economistas do Século XX já falecidos
3) Economistas vivos de 60 anos de idade ou mais
4) Economistas vivos de até 60 anos

Os resultados estão nos gráficos abaixo:






Analisando os gráficos, nota-se que os resultados ficaram de acordo com o esperado. Do século XIX, os economistas mais citados são os fundadores da nossa profissão: Adam Smith, David Ricardo, Marshall, John Stuart Mill, e os opositores Marx e Malthus. Dos economistas do século XX já falecidos, os mais citados são os macroeconomistas Keynes e Friedman, que inspiraram as escolas de pensamento contemporâneas, seguidos de Samuelson, que montou a chamada "síntese neoclássica" da macroeconomia keynesiana com a teoria econômica padrão de sua época. Os próximos autores desse grupo integram o grupo de opositores ao pensamento mainstream, isto é, Hayek, Schumpeter, Galbraith e Veblen.

Se entre os economistas falecidos os macroeconomistas predominam, os primeiros colocados entre os economistas vivos com mais de 60 anos são dedicados à microeconomia: Gary Becker, Kenneth Arrow e, depois de Solow, Ronald Coase. Certamente isso reflete o desenvolvimento da teoria microeconômica e da microeconometria a partir de meados da década de 60, assim como o desenvolvimento dos métodos de equilíbrio geral computável, da aplicação da teoria microeconômica em áreas que até então não eram estudadas por economistas (por iniciativa de Becker) e da microfundamentação da teoria macroeconômica. Por fim, os economistas jovens mais citados são exatamente os autores dos manuais que se estudam nas universidades: Krugman, Mankiw e Acemoglu.

sexta-feira, maio 06, 2011

Publicação na Rede

O arquivo em formato pdf da minha primeira publicação em revista acadêmica está disponível na internet. A estimação por dados em painel do modelo de Thirlwall (crescimento econômico e restrições na balança de pagamentos) para a América Latina e Caribe pode ser conferida no seguinte endereço:

http://seer.ufrgs.br/AnaliseEconomica/article/view/9413

quinta-feira, maio 05, 2011

Novidades sobre meus Artigos

Um ano depois de concluir meus artigos elaborados a partir de minha dissertação de Mestrado, recebi nessas últimas semanas novidades sobre suas recepções frente a pareceristas e examinadores.

O artigo empírico, "Ciclos Econômicos e a Composição da Pobreza no Brasil" foi rejeitado na revista Nova Economia. Dos três pareceristas, um deles (provavelmente da área de macroeconomia) o aprovou, com breves sugestões em termos de redação. Outro deles o aceitou com modificações a respeito da construção e caracterização das variáveis incluídas no modelo a partir dos micro-dados da PNAD. Muitas dessas modificações, no entanto, não são factíveis sem a completa reestruturação do trabalho. O terceiro parecerista rejeitou o artigo por considerar o método econométrico (regresão logística com dados cross-section empilhados) inadequado, recomendando o uso de pseudo-painel. Na minha dissertação, foi exatamente isso o que procurei fazer. Contudo, meus dados violaram a hipótese de independência na composição das coortes, fundamental para a consistência dos estimadores de pseudo-painel, de modo que meus resultados tiveram sinais inversos ao esperado. Vou fazer as explicações e comentários factíveis e tentar submeter em outra revista, assim como nos encontros da ANPEC nacional, ANPEC nordeste e AKB.

O artigo teórico, cuja origem remete ao projeto da minha dissertação, foi aprovado no congresso da SEP, em Uberlândia. Fiquei muito satisfeito, achei que o tema e as conclusões obtidas não fossem de acordo com os examinadores desse evento. Agora, cabe esperar o parecer da revista em que o submeti faz quase um ano.