Com a a já tão comentada Crise Aérea no Brasil, principalmente após a tragédia com o avião da TAM, já era de esperar que os economistas viessem a debater sobre as suas causas e possíveis soluções. Também, já era de se esperar que os economistas, nesses debates, se dividissem e facções, como sempre fazem:
De um lado, os economistas que culpam o Estado pela crise, sobretudo devido ao grande volume de regulamentações e de órgãos públicos envolvidos com o setor aéreo brasileiro, o que geraria ineficiências em relação à alocação de recursos, má administração, já que os responsáveis seriam nomeados seguindo critérios políticos, e não técnicos, e corrupção generalizada. A solução, segundo eles, seria a privatização de aeroportos, eliminação de ítens das regulamentações e extinção de órgãos públicos supérfluos.
De outro lado, os economistas que culpam as empresas aéreas brasileiras (TAM e GOL)pela crise. Segundo esses economistas, como o mercado de transporte aéreo no Brasil é concentrado nessas duas empresas, a competição no setor seria muito débil, o que daria poder de mercado para a TAM e a GOL maximizar seus lucros passando por cima do bem-estar público, como, por exemplo, não dando a devida atenção à manutenção de sua frota de aviões e alocando suas rotas aéreas em aeroportos de seu interesse pessoal, mesmo contrários à segurança pública, isto é, nos aeroportos localizados nos grandes centros urbanos (Congonhas, Santos Dumont e Pampulha), assim como exercendo lobby dentro do governo contra as regulamentações que afetem seus interesses. Assim, a regulamentação pública no setor aéreo precisaria ser não diminuída, mas sim reforçada.
Na verdade, ambas tribos de economistas têm argumentos de teoria econômica a seu favor. Qualquer um que já tenha estudado Microeconomia tem a noção de que tanto o excesso de intervenção do Estado como o excesso de poder de mercado desviam o equilíbrio econômico do seu ponto socialmente ótimo. Portanto, ambos tem certa dose de razão em seus diagnósticos.
Contudo, a sociedade espera que os economistas discutam a crise pensando em como que as soluções tomadas afetariam o bem-estar social, ao invés de ficarem apenas defendendo suas posições ideológicas e escolas de pensamento, e massageando os seus egos individuais, como também é muito comum acontecer.
Pessoalmente, eu ainda gostaria de saber quem teve a maldita idéia de construir um depósito de combustível e um posto de gasolina bem na frente da pista de pouso do aeroporto de Congonhas!
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