Estou relativamente progredindo bem no meu artigo de Dados em Painel (cuja entrega foi adiada para o dia 11). Já fiz a revisão teórica (acho que foi grande demais, 14 páginas), abordando a história da inserção econômica latino-americana no comércio internacional, do PSI até a atualidade, e desenvolvi o modelo de Thirlwall & Mc Combie, de crescimento econômico sob restrições na balança de pagamentos.
O modelo de Thirlwall & Mc Combie (1994) é muito simples e intuitivo. Como todos os modelos macroeconômicos pós-keynesianos, assume que o crescimento econômico é liderado pela demanda agregada, e as expectativas dos agentes são exógenas. Assim, como crescimentos do produto no curto prazo tendem a elevar a demanda por importações, em economias abertas a demanda externa por exportações acaba sendo o único fator de crescimento que não provoca desequilíbrios comerciais. Ou seja, o crescimento econômico é explicado por equações de demanda nacional por importações e demanda internacional por exportações.
A noção de restrições na balança de pagamentos vem da teoria de desenvolvimento regional de Kaldor. Segundo esse autor, em uma economia, as regiões que exportam bens primários tem o seu crescimento limitado pela baixa elasticidade-renda de sua produção, ao passo que as regiões que exportam bens com mais tecnologia agregada não apresentam esse problema. Assim, quando a renda da economia como um todo cresce, a demanda por bens industrializados cresce proporcionalmente, mas a demanda por bens primários não. Por isso, regiões industrializadas tendem a crescer mais do que regiões agro-exportadoras. Thirlwall aplica essa teoria para o comércio internacional, apontando que os países exportadores de bens primários tendem, devido ao problema de baixa elasticidade-renda das exportações, a ter desequilíbrios comerciais constantes, os quais são corrigidos por políticas de contenção de demanda interna. Isso, para o autor, constrange a trajetória do crescimento econômico.
Já li aplicações desse modelo para o México, América Latina continental, Europa Oriental, América Central e estados brasileiros. No meu artigo, ou aplicar dados em painel para procurar efeitos fixos e aleatórios em cada país da América Latina (continental e Caribe) nos anos oitenta e na atualidade. Espero que tudo dê certo.
PERGUNTAS E RESPOSTAS: SOBRE ABORTO
Há 9 horas
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