sábado, dezembro 31, 2005

Review - Humanary Stew - A Tribute to Alice Cooper

Esse é um dos discos mais curiosos da minha coleção, certamente. Eu comprei ele em meados de março ou abril de 2005, em uma liquidação de discos encalhados da Banana Records, e me custou só R$ 8,90 (e por que eles cobram 40 pila quando não é liquidação???).

O Alice Cooper é um cantor/banda pioneiro do Hard / Glam Rock, dos anos 70 e 80. Foi um dos primeiros cantores a adotar o visual de maquiagem pesada, e riffs de guitarra idem, em shows que se aproximavam de espetáculos de teatro. Esse disco é um tributo, realizado por músicos das mais diversas bandas, aos maiores sucessos do cara (como School's Out e No More Mr. Nice Guy).

Sobre discos de tributo, os fãs de rock se dividem em dois grupos. Em primeiro lugar, existem aqueles que preferem que as bandas que gravam o tributo toquem as músicas do seu próprio jeito, de modo personalizado. Em segundo lugar, existem aqueles que preferem que as bandas tentem imitar o máximo o estilo do homenageado, respeitando o seu talento. Sem dúvida, mesmo que eu me identifique mais com o primeiro, o Humanary Stew agrada mais o segundo grupo.

Os conjuntos que tocam as músicas são formados por músicos das mais diversas bandas, incluindo estilos desde o Trash Metal do Megadeth até o rock progressivo do The Who. Contudo, como misturas desse tipo produziriam resultados de aceitação duvidosa por parte dos fãs, todas as bandas imitam o máximo possível do estilo Hard/Glam Rock do Alice Cooper, e o resultado é muito bom. Quem personaliza mais é o guitarrista Zakk Wilde na faixa Go to Hell, que exibe sua técnica de tirar harmônicos dentro dos riffs de guitarra base.

As músicas do disco e seus respectivos músicos e conjuntos são:

UNDER MY WHEELS
Vocal: Joe Elliot (Def Leppard)
Guitar: Phil Collen (Def Leppard)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Chuck Wright (Quiet Riot, Mr. Big)
Drums: Pat Torpey (Mr. Big)

SCHOOL'S OUT
Vocal: Dave Mustaine (Megadeth)
Guitar: Marty Friedman (Megadeth)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Bob Daisley (Ozzy Osbourne, Black Sabbath, Rainbow)
Drums: Eric Singer (Kiss)

NO MORE MR. NICE GUY
Vocal: Roger Daltrey (The Who)
Guitar: Slash (Guns and Roses)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Mike Inez (Ozzy Osbourne, Alice in Chains)
Drums: Carmine Appice (Rod Stewart)

WELCOME TO MY NIGHTMARE
Vocal: Ronnie James Dio (Dio, Rainbow)
Guitar: Steve Lukather (Toto)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Phil Soussan (Ozzy Osbourne, Billy Idol)
Drums: Randy Castillo (Ozzy Osbourne, Motley Crue)

COLD ETHYL
Vocal: Vince Neil (Motley Crue)
Guitar: Mick Mars (Motley Crue)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Billy Sheehan (Mr. Big)
Drums: Simon Phillips (Toto, Mr. Big)

BLACK WIDOW
Vocal: Bruce Dickinson (Iron Maiden)
Guitar: Adrian Smith (Iron Maiden)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Tony Franklin (Whitesnake)
Drums: Tommy Aldridge (Ozzy Osbourne, Whitesnake, Yngwie Malmsteen)

GO TO HELL
Vocal: Dee Snider (Twisted Sister)
Guitar: Zakk Wylde (Ozzy Osbourne)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Rudy Sarzo (Ozzy Osbourne, Quiet Riot)
Drums: Frankie Banali (Quiet Riot)

BILLION DOLLAR BABIES
Vocal: Phil Lewis (L.A. Guns)
Guitar: George Lynch (Dokken, Lynch Mob)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Stu Hamm (Joe Satriani, Steve Vai)
Drums: Vinnie Colaiuta (Frank Zappa)

ONLY WOMEN BLEED
Vocal: Glenn Hughes (Deep Purple)
Guitar: Paul Gilbert (Mr. Big)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Michael Porcaro (Toto)
Drums: Stephen Ferrone (Eric Clapton)

I'M EIGHTEEN
Vocal: Don Dokken (Dokken)
Guitar: John Norum (Europe)
Guitar: Bob Kulick (Alice Cooper)
Bass: Tim Bogert (Vanilla Fudge)
Drums: Gregg Bissonette (Joe Satriani, Dave Lee Roth)

ELECTED
Guitar & Vocal: Steve Jones (Sex Pistols)
Guitar: Billy Duffy (The Cult)
Bass: Duff McKagen (Guns and Roses)
Drums: Matt Sorum (Guns and Roses)


Mas repito que o resultado foi muito bom, a única música chata é "Only Women Bleed", que, convenhamos, já não me agrada muito na própria versão original do Alice Cooper. Já a melhor música, na minha opinião é "Under My Wheels", cantada por uma banda que eu nunca ouviria fora desse disco: Def Leppard (que se aproximou mais do pop comercial ao longo de sua carreira).

Por fim, confesso que senti falta da participação de gente como o próprio Ozzy Osbourne e do Axl Rose, além de guitarristas como Malmsteen e Eddie Van Halen. Os dois vocalistas muito estranhamente não participaram, pois todas as suas bandas tocaram (Guns com Steve Jones no vocal é pitoresco!). Mas eu recomendo fortemente esse disco para quem curte hard rock.

quinta-feira, dezembro 29, 2005

O Mensalão e a Literatura

Que ótimo! Em uma única postagem, consegui falar de política, literatura e humor!

À moda Haicai:"Cueca e dinheiro,o outono da ideologiado vil companheiro."

À moda Machado de Assis:"Foi petista por 25 anos e 100 mil dólares na cueca"

À moda Dalton Trevisan: "PT. Cem mil. Cueca. Acabou."

À moda concretista:
"PT
cueca
cu
PT
eca
peteca
te
peca
cloaca".

À moda Graciliano Ramos:"Parecia padecer de um desconforto moral. Eram os dólares a lhe pressionar os testículos".

À moda Rimbaud:"Prendi os dólares na cueca, e vinte e cinco anos de rutilantes empulhações cegaram-me os olhos, mas não o raio-x."

À moda Álvaro de Campos:"Os dólares estão em mimjá não me sou mesmo sendo o que estava destinado a sernunca fui senão isto: um estelionato moralna cueca das idéias vãs."

À moda Drummond:"Tinha um raio-x no meio do caminho,e agora José?"

À moda Proust:"Acabrunhado com todas aquelas denúncias e a perspectiva de mais um dia tão sombrio como os últimos, juntei os dólares e elevei-os à cueca. Mas no mesmo instante em que aquelas cédulas tocaram a minha pele, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso, isolado, sem noção da sua causa. Esse prazer logo me tornara indiferente às vicissitudes da vida, inofensivos seus desastres, ilusória sua brevidade, tal como o fazem a ideologia e o poder, enchendo-me de uma preciosa essência."

À moda Kafka:"Naquela manhã, K. acordara com os testículos embrulhados num gigantesco maço de notas novas."

À moda James Joyce:"Aquele que se aproxima é o raio x... Lendo duas páginas por noite termino semana que vem... Por que me olha a funcionária dessa forma? Ninfomaníaca... O carpete granulado desaparecera sob seus pés, a esteira rolava a conduzí-lo, sabe-se lá para onde. Termino a leitura no avião. Me coçam as bolas, me embrulham essas folhas retangulares de cor-sem-cor em tom pastel... Caso morra, é preciso enviar cópias a todas as bibliotecas do mundo, inclusive Alexandria. Ela é maníaca, não bastava me olhar assim, com esses olhos, e agora me quer tocar assim, com essas mãos, vai me conduzir à sala vip... o que fazer com ela? Se eu mijasse destruía as cédulas?"

À moda TS Eliot:"Que dólares são estes que se agarram a esta imundície pelancosa?Filhos da mãe! Não podem dizer! Nem mesmo estimamO mal porque conhecem não mais do que um tanto de idéias fraturadas,batidas pelo tempo. E as verdades mortas já não mais os abrigam nem consolam."

À moda Lispector:"Guardei os dólares na cueca e senti o prazer terrível da traição. Não a traição aos meus pares, que estávamos juntos, mas a séculos de uma crença que eu sempre soube estúpida, embora apaixonante. Sentia-me ao mesmo tempo santo e vagabundo, mártir de uma causa e seu mais sujo servidor, nota a nota".

À moda Lênin:"Não escondemos dólares na cueca, antes afrontamos os fariseus da social-democracia. Recorrer aos métodos que a hipocrisia burguesa criminaliza não é, pois, crime, mas ato de resistência e fratura revolucionária. Não há bandidos quando é a ordem burguesa que está sendo derribada. Robespierre não cortava cabeças, mas irrigava futuros com o sangue da reação. Assim faremos nós: o dólar na cueca é uma arma que temos contra os inimigos do povo. Não usá-la é fazer o jogo dos que querem deter a revolução. Usá-la é dever indeclinável de todo revolucionário."

À moda Stalin:"Guarda a grana e passa fogo na cambada!"

À moda Gilberto Gil:"Se a cueca fosse verde como as notas, teríamos resgatado o sentido de brasilidade impregnado nas cores diáfanas de nosso pendão, numa sinergia caótica com o mundo das tecnologias e dos raios que, diferentemente dos da baianidade, não são de sol nem das luzes dos orixás, mas de um aparelho apenas, aleatoriamente colocado ali, naquele momento, conformando uma quase coincidência entre a cultura do levar e trazer numerário, tão nacional, tão brasileira quanto um poema de Torquato."

À moda Ferreira Gullar:"Sujo, sujo, não como o poemamas como os homens em seus desvios."

À moda Paulinho da Viola: "Dinheiro na cueca é vendaval, é vendaval..."

À moda Camões: "Eis pois, a nau ancorada no portoà espreita dos que virão d'alémna cobiça da distante terra,trazendo seus pertences, embarcamminh'alma se afligetão cedo desta vida descontente."

À moda Guimarães Rosa:"Notudo. Ficado ficou. Era apenas a vereda errada dentre as várias."

À moda Shakespeare:"Meu reino por uma ceroula!"

À moda Dráuzio Varela:"Ao perceber na fila de embarque o cidadão à frente, notei certa obesidade mediana na região central. Se tivesse me sentado ao seu lado durante o vôo, recomendaria um regime, vexame que me foi poupado pelos agentes da PF de plantão no aeroporto. Cuidado, portanto: nem toda morbidez é obesidade."

À moda Neruda:"Cem mil dólarese uma cueca desesperada."

À moda Saint Éxupéry:"Tu te tornas eternamente responsável pelo que carregas na cueca."

Como Manter um Nível Saudável de Insanidade

Para descontrair...

Parte 1:

) No seu horário de almoço, sente-se no seu carro estacionado, coloque seus óculos escuros e aponte um secador de cabelos para os carros que passam. Veja se eles diminuem a velocidade.
2) Insista que o seu e-mail é: xena.princesa.guerreira@nomedaempresa.com.br ou: elvis.o.rei@nomedaempresa.com.br.
3) Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer que fritas acompanhem.
4) Encoraje seus colegas de sala para fazer uma dança de cadeiras sincronizada com você.
5) Coloque a sua lata de lixo sobre a mesa e escreva "Entrada" nela.
6) Desenvolva um estranho medo de grampeadores,
7) Coloque café descafeinado na máquina de café por três semanas. Quando todos tiverem superado O vício à cafeína, mude para expresso.
8) No canhoto de todos os seus cheques escreva "Ref. favores sexuais".
9) Sempre que alguém lhe falar alguma coisa, responda com "isso é o que você pensa".
10) Termine todas as suas frases com "de acordo com a profecia".
11) Ajuste a brilho do seu monitor para o que o nível dele ilumine toda a área de trabalho. Insista com os outros que você gosta desse jeito.
12) Não use pontuações.
13) Sempre que possível, pule ao invés de andar.
14) Pergunte às pessoas de que sexo elas são. Ria histericamente depois que elas responderem.
15) Quando estiver em um drive-thru, especifique que o pedido é para viagem.
16) Cante junto na ópera.
17) Vá a um recital de poemas e pergunte por que os poemas não rimam. ï) Descubra onde o seu chefe faz compras e compre exatamente as mesmas roupas, se-as um dia depois que o seu chefe usá-las. Isso é especialmente efetivo se o seu chefe for do sexo oposto.
19) Mande e-mails para o resto da empresa para dizer o que você está fazendo. Por exemplo: "Se alguém precisar de mim, estarei no banheiro, cabine número 3".
20) Coloque uma tela de mosquitos ao redor do seu cubículo. Toque um CD com sons da floresta durante o dia inteiro.
21) Com cinco dias de antecedência, avise seus amigos que você não pode ir à festa deles porque não está no clima.
22) Ligue para o CVV e não fale nada.
23) Faça seus colegas de trabalho lhe chamar pelo seu apelido, Duro na Queda.
24) Quando sair dinheiro do caixa eletrônico, grite.
25) Ao sair do zoológico, corra na direção do estacionamento gritando: "Salve-se quem puder, eles estão soltos!".
26) Fale para o seu chefe: "não, são as vozes na minha cabeça".
27) Na hora do jantar, anuncie para os seus filhos: "Devido à nossa situação económica, teremos de mandar um de vocês embora".
28) Todas as vezes que você vir uma vassoura, grite "Amor, sua mãe chegou!". E o último jeito de manter um nível saudável de insanidade...


Parte 2 - No Elevador

1) Quando houver só uma pessoa no elevador, de um tapinha no ombro dela e finja que não foi vc.
2) Aperte os botões do elevador e finja que eles dão choque. Sorria e faça de novo.
3) Se ofereça para apertar os botões para os outros, mas aperte os botões errados.
4) Segure a porta e diga que está esperando por um amigo. Depois de um tempo deixe a porta fechar e diga: "Olá Zé. Como vai vc. ? "
5) Deixe cair sua caneta e espere até alguém se oferecer para pega-la, então grite: "Ei, é minha!"
6) Traga uma camera e tire fotos de todos no elevador.
7) Traga uma mesa para dentro do elevador e quando alguém entrar, pergunte se marcaram hora.
8) Leve um Banco Imobiliário e pergunte para as pessoas se elas querem jogar.
9) Deixe uma caixa no canto, e quando alguém entrar, pergunte se elas ouviram um tique-taque.
10) Finja ser uma aeromoça e revise os procedimentos de emergência com os passageiros.
11) Pergunte: " Você sentiu isso?"
12) Fique bem perto de alguém, fungando seu cangote de vez em quando.
13) Quando a porta se fechar, fale: "Tudo bem. Não entrem em pânico. Ela abrirá novamente".
14) Mate moscas que não existem.
15) Diga às pessoas que vc pode ver sua aura.
16) Grite: "Abraço grupai", então force-as.
17) Faça caretas dolorosamente enquanto bate na sua testa e murmure: "Calem a boca, todos vcs., calem a boca!".
18) Abra sua pasta ou bolsa, e enquanto olha dentro, pergunte: "Tem ar suficiente ai dentro?"
19) Fique quieto e,parado no canto do elevador, encarando a parede.
20) Encare outro passageiro por um tempo, e grite com horror: "Você é um deles!" e recue devagar.
21) Coloque uma marionete na mão e use-a para falar com os outros.
22) Ausculte as paredes do elevador com seu estetoscópio.
23) Faça barulhos de explosão quando alguém apertar um botão.
24) Encare outro passageiro por um tempo, e fale:"Estou usando meias novas".
25) Desenho um pequeno quadrado no chão com giz, e diga para os outros: "Este é o meu espaço”.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

O Cão dos Baskerville - Arthur Conan Doyle

Esse livro tem uma história quase tão interessante quanto o seu próprio enredo. Como consta, o Sir Arthur Conan Doyle, após algumas décadas de fama escrevendo contos do Sherlock Holmes, queria mudar de rumo, e certo dia resolveu matar o seu personagem (no conto "O Problema Final", que eu ainda não tive oportunidade de ler). Holmes havia caído de um precipício nos Alpes suiços junto com seu arqui-rival Professor Moriarty.

Após esse acontecimento, a Inglaterra entrou em luto (na vida real), exigindo do autor a ressureição de seu personagem. Contudo, Conan Doyle estava mais interessado em escrever romances históricos e de ficção científica. O público, revoltado, simplesmente resolveu boicotar (conscientemente???, tudo isso parece lenda) as novas publicações do autor, continuando a exigir a ressurreição de Sherlock Holmes.

Dez anos e muitos fracassos literários depois, Conan Doyle escreveu "O Cão dos Baskerville", um novo romance de mistério trazendo a dupla Sherlock Holmes (não parece ter sido ressussitado, o livro não traz nenhuma informação sobre o seu acidente nos Alpes) e Dr. Watson. Para o público da época, poderia ter valido a pena ter esperado 10 anos para ter essa obra: um verdadeiro clássico do romance policial, alternando suspence e mistério com um bom humor (traduzido pela figura sarcástica de Sherlock Holmes), de uma forma que apenas Conan Doyle poderia ter criado.

Qualquer verossimilhança do enredo do livro com algum fato real é simplesmente impossível. Não é imaginável que um assassino execute suas vítimas soltando cachorros durante a noite esperando que as mesmas morram de ataque cardíaco com o susto. Mas, em se tratando de literatura européia do final do século XIX (literatura vitoriana, eu acho), o realismo já não era uma alvo a ser atingido, e o mais importante é que o livro é capaz de proporcionar horas de intensa diversão para o leitor.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Review - Brain Drain (Ramones)

Não aguentei esperar um dia inteiro depois do Natal para trocar o único vale-CD que eu ganhei. Segunda de manhã eu já estava nas lojas de discos da Multison, espalhadas por Porto Alegre, que felizmente não estavam tão "depenadas" como eu esperava depois do Natal.

Me resolvi pelo Brain Drain, dos Ramones, o último disco de estúdio com o Dee Dee no baixo. Custou 33 reais; é óbvio que eu JAMAIS pagaria isso por um CD, só peguei porque o vale cobria. Mas eu digo que o "investimento" valeu a pena.

O disco é cheio de clássicos, como I Believe in Miracles, recentemente regravada por Eddie Vedder, do Pearl Jam, Palisades Park, cover de um rock and roll dos anos 50, Pet Sematery (que, apesar de ser a música mais famosa dos Ramones, eu considero um tanto sem graça...) e Merry Christmas. Mas o destaque mesmo é Punishment Fits the Crime, cantada por Dee Dee Ramone, com uma letra bem interessante e uma melodia marcante no refrão (depois eu publico a letra).

De modo geral, o disco é rápido, pesado e agressivo, com Johnny Ramone usando e abusando das distorções em suas bases de guitarra. A única balada é Can't Get You Outta My Mind, que nem por isso pode ser considerada leve. De fato, é um dos melhores álbuns da banda, e eu recomendo fortemente para quem curte Ramones, ou punk rock em geral.

sábado, dezembro 24, 2005

O Enigma do Trem Perdido - Arthur Conan Doyle

Essa é a primeira semana de férias da faculdade, e é sempre bom lembrar que existe vida bibliográfica fora da economia! Eu mal podia esperar a última bateria de provas e de trabalhos acabar para procurar ler alguma coisa de fora do que a faculdade exige.

Devorei em 3 dias o livro de contos "O Enigma do Trem Perdido" do Mestre Conan Doyle. Tinha comprado ele na última feira do livro de Porto Alegre, por míseros 5 reais em uma pilha de saldos. É uma edição de 1989, de uma certa coleção "Mestres do Horror e da Fantasia". Mas o livro estava "zero-bala", como novo, e as histórias, indiscutivelmente interessantes. O bom de ler livros de mestres como o Conan Doyle é saber que, não importa do que a obra trata e o seu enredo, é sempre uma leitura agradável.

Acima de tudo, esse livro conta com 13 contos em que o autor foge da narrativa cômica-irônica que o imortalizou nas histórias de Scherlock Holmes, e apresenta um lado macabro, sombrio, no melhor estilo Edgar Alan Poe. O clima de suspense e mistério envolve todos os contos no tempo todo, o que torna o livro positivamente "grudento", não dá pra ler devagar. Conan Doyle se mostra um verdadeiro "filho" do Poe, não só no estilo, mas até mesmo nas narrativas (a semelhança do enredo de A Nova Catacumba e de O Barril de Amontilado, de Poe, é incrível).

Contudo, a linguagem utilizada por Conan Doyle é bem mais acessível do que a de Poe em seus contos, por dar maior ênfase na ação do que na descrição de ambientes. Outro ponto positivo característico da obra de Conan Doyle é sua capacidade de narrar segundo a técnica "primeira pessoa coadjuvante", em que o autor narra uma história como se fosse sua, em um tempo passado, ou de algum conhecido ou amigo seu, aproximando o conto de uma narrativa oral.

domingo, dezembro 18, 2005

Aquisições Fonográficas - 18/12

Sábado passado foi o primeiro dia de férias da faculdade (das aulas, pois estou trabalhando lá até fevereiro) e estava com o pagamento da bolsa na mão. Aproveitei para dar uma passada na Multisom, já que faz quase um semestre que eu não comprava nenhum disco.

Conferindo os saldos de 14 reais (pra variar... me recuso a pagar 30 ou 40 pila por um CD), encontrei de interessante uma coletânea de maiores sucessos do Little Richard, com baita cara de não-oficial, e quase toda a discografia do Yngwie Malmsteen, guitarrista sueco de metal melódico. Paguei 28 pila e levei 2 discos, "investimento" para as férias.

O disco do Litlle Richard nem nome tem. Só tem uma capa amarela, com uma foto do cantor fazendo uma pose muito gay e o nome dele, em branco. Apesar disso, o CD tem 20 faixas, e todos os maiores sucessos desse artista que é um dos avôs do rock and roll. Detalhe que só uma das músicas tem mais de 3 minutos, o que dá uma idéia da simplicidade da obra do cara. Mas o rock de raiz tem essa mesma característica: objetividade.

Musicalmente, o Little Richard percorre do blues até o rockabilly dos anos 60, passando pelo twist, espécie de "pai" do rock. Todas as faixas são diretas: é piano, guitarra, baixo, percussão e solo de sax (muito bem tocadas, até eu q não sou nem um pouco chegado em instrumentos de sopro curti), acompanhando o poder da voz rasgada do cara. Os destaques são "Long Tall Sally", "Good Golly Miss Molly", "Lucille" e "Tutti Frutti", que depois foi regravada pelo Elvis.

Do Yngwie Malmsteen, comprei o disco "The Seventh Sign", em que ele toca em o excelente vocalista Michael Vescera. Simplesmente fascinante!!! O cara é mesmo o monstro da guitarra, com solos supersônicos e riffs destruidores. O disco percorre desde o tradicional metal melódico de "Never Die" e "Bad Blood", o rock swingado de "I Don't Know", até o violão clássico em "Sorrow" e "Forever One". As faixas instrumentais são obras primas. Mas o destaque mesmo é "Pyramid of Cheops", que flerta com a música árabe. Ok, outras bandas já fizeram isso, mas, ao contrário do Metallica em "Wherever I May Roam" e Iron Maiden em "Powerslave", Malmsteen mostra todo o seu talento tocando realmente uma cítara no início da música! E todas as faixas, menos as instrumentais, contam com todo o poder melódico da voz de Michael Vescera.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Sobre a Falácia de Dilma Rouseff

No momento, o Brasil vive um choque ideológico dentro do governo federal, no que diz respeito à condução da política fiscal. De um lado, o ministro Antônio Palocci e sua equipe no Ministério da Fazenda defendem rigor no controle dos gastos públicos, de modo a gerar um superávit primário compatível com a necessidade do governo de levantar recursos para arcar com seus compromissos de juros. De outro lado, a ministra Dilma Rouseff, contando com inúmeros aliados dentro e fora do governo, defendem a flexibilização do orçamento, de modo a expandir os investimentos públicos no ano eleitoral.

Apesar do choque ideológico no que diz respeito a sua gestão, a política fiscal do governo Lula segue os parâmetros que foram ditados no Plano Plurianual 2004 – 2007, o qual é, atualmente, o principal instrumento de planejamento econômico de longo prazo pelo setor público brasileiro, contando com as diretrizes que regularão a política fiscal pelo período de quatro anos. O plano, suas diretrizes e os resultados apresentados até agora estão disponíveis para o público no site do Ministério do Planejamento (http://www.planejamento.gov.br). De acordo com os dados apresentados, apesar da convergência dos projetos adotados pelo governo federal ao que foi proposto no Plano Plurianual 2004 – 2007, os resultados dos programas executados pelo governo federal, no âmbito de cada ministério e secretaria, variam muito.

Nota-se claramente que, de todas as dimensões contidas no plano, é a dimensão econômica que vem apresentando melhores resultados. Tal como foi previsto no PPA, vêm se obtendo crescimento econômico acentuado com estabilidade de preços, controle fiscal e monetário, câmbio em valorização (para incentivar importações de bens de capital) e políticas específicas de promoção das exportações.

Nas demais dimensões, os programas públicos vêm apresentando graves problemas. Entretanto, ao contrário do que diz o senso comum brasileiro, a maior fonte de problemas para o planejamento público no Brasil não é o aperto fiscal exercido pelo Ministério da Fazenda (isso só é verdade em relação às políticas regionais, uma vez que o Ministério da Integração Nacional foi o maior atingido pelos cortes de gastos), mas sim os problemas burocráticos, de incapacidade de monitoramento dos projetos pelo governo federal e de más relações institucionais entre os diferentes ministérios e entre as esferas de governo brasileiras, no que diz respeito à divisão e à cooperação destas na realização de investimentos públicos e políticas sociais.

Dadas essas conclusões, cabe lembrar às declarações da ministra Dilma Rouseff, pedindo aumento nos gastos públicos para dinamizar os investimentos em infra-estrutura e em programas sociais. De fato, a atuação do setor público em investimentos sócio-econômicos é fundamental para romper os gargalos ao desenvolvimento econômico brasileiro. Porém, dada a análise realizada sobre a realidade dos programas governamentais brasileiros, ao invés de aumento dos gastos, o setor público brasileiro poderia ser muito melhor dinamizado por um verdadeiro choque de gestão, que reduza a burocracia e aumente a eficiência da alocação de recursos, pela divisão intergovernamental e interministerial de competências.

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Essa Metamorfose Ambulante

Saudações a todos os potenciais leitores!

A proposta desse blog que eu estou criando nesse momento é ser um centro de discussões sobre os assuntos que mais gosto, como Economia, Política, Literatura, Filosofia, Rock and Roll e Humor.

O nome Metamorfose Ambulante vem daquela velha música do Raulzito, com a qual eu me identifico muito, principalmente com minhas preferências de posicionamento dentro da economia, da política e da filosofia.