Esse livro tem uma história quase tão interessante quanto o seu próprio enredo. Como consta, o Sir Arthur Conan Doyle, após algumas décadas de fama escrevendo contos do Sherlock Holmes, queria mudar de rumo, e certo dia resolveu matar o seu personagem (no conto "O Problema Final", que eu ainda não tive oportunidade de ler). Holmes havia caído de um precipício nos Alpes suiços junto com seu arqui-rival Professor Moriarty.
Após esse acontecimento, a Inglaterra entrou em luto (na vida real), exigindo do autor a ressureição de seu personagem. Contudo, Conan Doyle estava mais interessado em escrever romances históricos e de ficção científica. O público, revoltado, simplesmente resolveu boicotar (conscientemente???, tudo isso parece lenda) as novas publicações do autor, continuando a exigir a ressurreição de Sherlock Holmes.
Dez anos e muitos fracassos literários depois, Conan Doyle escreveu "O Cão dos Baskerville", um novo romance de mistério trazendo a dupla Sherlock Holmes (não parece ter sido ressussitado, o livro não traz nenhuma informação sobre o seu acidente nos Alpes) e Dr. Watson. Para o público da época, poderia ter valido a pena ter esperado 10 anos para ter essa obra: um verdadeiro clássico do romance policial, alternando suspence e mistério com um bom humor (traduzido pela figura sarcástica de Sherlock Holmes), de uma forma que apenas Conan Doyle poderia ter criado.
Qualquer verossimilhança do enredo do livro com algum fato real é simplesmente impossível. Não é imaginável que um assassino execute suas vítimas soltando cachorros durante a noite esperando que as mesmas morram de ataque cardíaco com o susto. Mas, em se tratando de literatura européia do final do século XIX (literatura vitoriana, eu acho), o realismo já não era uma alvo a ser atingido, e o mais importante é que o livro é capaz de proporcionar horas de intensa diversão para o leitor.
Os livros de 2024
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