Enfim, a saga "Harry Potter" chega ao seu fim, no seu sétimo livro. Como ávido leitor, e fã assumido, não resisti uma promoção de lançamento nas Lojas Americanas e matei esse livro em não mais do que cinco dias, com uma breve interrupção para concluir o trabalho de Modelos Hierárquicos.
Já falei que sou fã assumido da saga de Harry Potter. As histórias são consistentes, os enredos mantém mistérios que cativam a leitura, as histórias sabem alternar fantasias mágicas e realidades da vida inanto-juvenil, desperta a imaginação e a nostalgia e, acima de tudo, incentiva milhões de crianças em todo o mundo a ler. É verdade que muitos dos personagens são descritos de maneira extremamente estereotipada e caricatural, e a maturidade apresentada pelos personagens principais em suas aventuras não corresponde nem de longe àquela presente mesmo em pessoas adultas, no mundo real, nas situações críticas como as descritas nos livros. Porém, a grande maioria das críticas feitas à autora têm conteúdo muito mais invejoso do que propriamente técnico e construtivo.
Todavia, confesso que o desfecho da saga do menino-prodígio-bruxo me deixou bastante decepcionado. O último livro não acompanha, nem de longe, a qualidade das obras anteriores, seja na temática da história em si, seja pelo desenrolar do enredo.
A história baseia-se, basicamente, na luta entre os amigos de Harry Potter (incluindo os antigos personagens membros da "Ordem da Fênix" e da "Armada de Dumbledore"), isto é, o "bem", contra os suportadores do Lorde das Trevas Voldemort (os "Comensais da Morte"), isto é, o "mal". Na história, só há um personagem aparentemente ambíguo, cujo comportamento pende hora para um lado, hora para outro, que é Severo Snape, o professor que Harry Potter tanto odeia. Concluir uma saga com uma grande luta do bem cotra o mal não é nem um pouco criativo, mas, conforme a narração pelo autor, sempre tem boas possibilidades de prender o leitor. Porém, os pontos fracos do livro passam longe daí.
Segundo a narrativa do livro, os suportadores de Harry Potter se preparam para um confronto físico (quer dizer, mágico) diretamente contra os Comensais da Morte, Harry e os seus melhores amigos (Rony e Hermione) se separam do grupo principal, abandonam a escola Hogwarts e partem por uma jornada sem rumo pelo mundo, com o objetivo de destruir os sete objetos que contêm fragmentos da alma de Voldemort (Horcruxes). E essa jornada é totalmente vaga, a narração foca muito mais problemas irrelevantes de relacionamento entre os personagens do que a aventura propriamente dita. Além disso, a autora dá pouquíssimas informações sobre o que acontece na luta formal da Ordem da Fênix contra os Comensais da Morte, o que desperta uma curiosidade insasciável, e uma sensação de incompletude do enredo. Por fim, alguns dos personagens mais clássicos da série são mutilados e mortos nas batalhas tais como baratas, isto é, sem o componente humanístico presente nos livros anteriores quando tais situaçÕes ocorreram. E ainda, no final do livro (sem spoiler), as próprias horcruxes, em sua maioria, estavam localizadas em lugares óbvios e de fácil acesso para os personagens obterem.
Ou seja, o livro dá a impressão de que foi escrito no improviso, isto é, o final da saga não estava planejado pela autora logo no seu início. É um tanto frustrante para os leitores mais "chatos", como eu, mas quem acompanhou toda a série, é improvável que não vá ler o último livro apenas por causa das críticas.
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Há uma hora
Um comentário:
Sinceramente, nunca li H. P. e acho que tão cedo não lerei. Não curto muito magia e essas coisas, por isso nem me interessei em conhecer essa série. Mas tenho que admitir uma coisa: graças a esse personagem, milhares de crianças e adolescentes (e adultos tb) estão lendo uns verdadeiros tijolões. E isso é um fenômeno que só por esse efeito já vale a pena e torna-se interessante.
Abraço!
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