Ontem, primeiro de abril, completou um ano desde que me mudei para a república estudantil no bairro Cidade Nova, Belo Horizonte.
Me lembro claramente da minha mudança (até então eu morava em um quarto "júnior" do Hotel Normandy, no Centro da cidade) feita via taxi, utilizando apenas minhas malas e sacolas de supermercado. Tinha planos iniciais de morar sozinho aqui, mas as restrições financeiras e burocráticas me levaram a aceitar uma vaga na república gaúcha do Cedeplar (Rubens e Bruno), já que um dos antigos moradores (Bruno) se mudaria um mês depois. No início, achei que iria estranhar dividir apartamento com pessoas que eu conhecia até então muito pontualmente, mas me adaptei muito rápido. Além disso, a república conta com uma faxineira semanal que lava toda a roupa, o que acabou com meus constantes estresses com lavanderias.
Me mudei numa sexta a noite, e só tive tempo de arrumar minhas coisas no meu quarto então não-mobiliado, apenas com um colchonete imundo e um guarda-roupas embutido. No dia seguinte, acordei cedo para comprar o essencial para minha sobrevivência acadêmica: um colchão barato (e vagabundo, já que afundou em menos de um mês de uso), uma escrivaninha usada e uma luminária de 20 reais (muito boa, por sinal). O resto dos meus móveis fui comprando depois que saiu minha bolsa, a partir de maio, eu acho. Obviamente, todos os móveis eram usados, comprados na av. Silviano Brandão (comentados em muitos posts anteriores).
Me mudar para a Cidade Nova, mesmo sendo afastado do Centro, não atrapalhou minha vida social no primeiro mês. Por muita sorte, duas linhas de ônibus saem da Savassi (bairro comercial e boêmio de BH) para o meu bairro, me deixando muito perto de casa, mesmo na madrugada. Contudo, as constantes provas e trabalhos do massacrante primeiro semestre do mestrado acabaram fazendo com que eu perdesse contato com meus amigos de BH fora do círculo acadêmico.
O Bruno se mudou para São Paulo em maio passado, e, como o Rubens passava todo o dia fora de casa trabalhando, e nos finais-de-semana ficava na república da namorada, acabei que eu fiquei um bom tempo sozinho em casa. Nesse período, comecei a "arranhar" minha culinária: mantive uma dieta de miojo Santa Amália (50 centavos o pacote no supermercado) e bifes de hambúrger (25 centavos cada) até o final do semestre. Hoje em dia, só o cheiro daquilo me causa enjôo! Para variar o cardápio, fazia cachorro-quente e pizzas e lazanhas congeladas, além de aprender a fazer arroz (ainda erro a medida para mais) e massa com alguns molhos simples (bolonhesa, carbonara, romanesca). Mas ainda tenho muuuuuuuuito o que aprender nesse sentido. Além de cozinhar, eu passei quase o primeiro semestre inteiro no quarto estudando.
A república mudou em julho, quando duas estudantes alemãs (Julia e Karolin) em viagem pelo Brasil pousaram em nosso apartamento, ficando por cerca de dois meses. Nesse período, deixei de ficar tanto tempo sozinho, e iniciou o atual sistema de divisão de trabalho republicano Rubens-cozinha-eu-lavo-louças. Meu estômago agradece, e a pele das minhas mãos reclama. Mas está tudo bem.
As alemãs saíram no final de agosto. Em outubro, a namorada do Rubens (Marla) se mudou para morar com a gente, e, em novembro, o Dinho, veterano da minha turma do Cedeplar, ocupou o menor quarto da república. O apartamento agora está bem cheio, mas as pessoas convivem com muita harmonia, e a divisão das despesas de aluguel vem sendo financeiramente muito favorável. Conseguimos colocar internet rápida e Sky TV em casa, também rachando os custos.
E eu acho que esse esquema vai durar por todo o ano de 2008. Mas aqui as coisas costuma mudar muito de repente. O que até venho gostando, como forma de quebrar a rotina sistematicamente.
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