Resumidamente, essa obra pode ser descrita com um único adjetivo: sensacionalista.
Quando decidi ler este livro, esperava encontrar alguma teoria de ciência política e de sociologia que pudesse explicar como indivíduos de comportamento psicótico podem ter condições de chegar ao poder, de executar seus planos e de manter a sua autoridade perante seus povos. Contudo, o livro consiste apenas em relatos históricos apaixonados e descrições minusciosas sobre os métodos de tortura e de execução de diversos ditadores.
Segundo o livro, os ditadores mais perversos da história seriam:
- Herodes (Judéia)
- Gengis Khan (Mongólia)
- Chaka Zulu (sul da África)
- Stalin (URSS)
- Hitler (Alemanha)
- Mao Tsé-tung (China)
- Somoza (Nicarágua)
- Papa Doc (Haiti)
- Kim Il-Sung (Coréia do Norte)
- Pinochet (Chile)
- Nicolae Ceausescu (Romênia)
- Pol Pot (Camboja)
- Idi Amin (Uganda)
- Saddam Hussein (Iraque)
- Robert Mugabe (Zimbábue)
Contudo, o autor estabelece poucas relações entre a ideologia e o contexto histórico envolvendo esses regimes. Aliás, há uma clara confusão, por parte de Shelley Klein, na própria definição do tema de sua obra. Se o autor quisesse dissertar sobre os piores ditadores da história, teria que escolher uma amostra bem diferente da apresentada, incluido indivíduos, por exemplo, o Imperador Tibério (Roma), Átila o Huno, Montezuma (Asteca), alguns papas envolvidos com a Inquisição, etc. Já se o livro fosse se referir aos ditadores do século XX, como parece ser o caso, dada a amostra, Herodes, Gengis Khan e Chaka Zulu ficariam de fora, e o autor deveria se referir com destaque para as ideologias que moveram as forças políticas totalitárias nesse século.
Sabe-se que as três ideologias que deram base às ditaduras mais ferozes do mundo no século XX foram o comunismo (mais identificado com o bolchevismo de Lênin do que com o verdadeiro socialismo científico de Marx), o nazi-fascismo e o fundamentalismo religioso. Sobre as características específicas dessas ideologias, os cientistas políticos não conseguem chegar a nenhuma conclusão definitiva, dadas as suas semelhanças e diferenças. Contudo, elas parecem convergir para uma filosofia do tipo:
- O "bem" existe, é universal e pode ser atingido pela sociedade.
- O "bem" universal está no coletivo, contrário à individualidade de cada membro da sociedade.
- O "bem" universal está representado pelo Estado, sua ideologia e seus membros.
- Quem se opuser ao Estado, se opõem ao "bem". Como o "bem" é universal, quem se opõe não pode estar defendendo outra forma de bem. Portanto, é "mau".
- Quem é "mau", é uma ameaça para o conjunto da sociedade. Portanto, deve ser punido, ou melhor ainda, eliminado.
- O Estado tem, nesse sentido, a autoridade para se impôr sobre os indivíduos de modo a proclamar o "bem" e punir o "mau".
Em síntese, essa foi a minha conclusão ao ler este livro. Como o autor não colocou a sua opinião própria, é provável que a minha idéia seja, equivocada, absurda ou anti-científica. Contudo, foi o que eu aprendi até o momento. Melhor continuar estudando.
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Há 5 horas
3 comentários:
O livro é um resumão da vida e do periodo de dominio de cada um. Na verdade eu gostei. Agora estou lendo especificamente sobre os que mais achei perturbadores.
Embora eu não tenha lido o livro, concordo com o Sr Ricardo, porém, ele não precisa continuar pesquisando sobre o assunto "Bem Universal", isto é essencia de cada um, não apredendemos nos livros, e se temos, não conseguimos transmitir, ou ensinar.
Prova; Cristo e tantos outros iluminados vieram e o homem não aprendeu a viver o "Bem Universal", ainda estamos nos tempos da cavernas, so vivemos dos mais primitivos instintos no sentido do mal do individualismo. A esperança do tal "Bem Universal", para a salvação da especie humana, se perdeu no tempo da modernidade.
Mas então escreva um livro neste contexto que você quer, é um relato da história, sensacionalista é quando aumentam um fato, ou você acha que o Stalin não matou mais 20 milhões de pessoas, só assistir o documentário no canal History, já dá uma ideia do que esses ditadores fizeram.
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