sexta-feira, janeiro 27, 2006

Review - Century Child (Nightwish)

Esse disco eu consegui em dezembro de 2002, após trocar um vale-CD (presente de Natal, para variar) na Banana Records. Na verdade, eu conhecia pouquíssimas músicas do Nightwish quando comprei o CD, o escolhi bem mais devido à falta de opções na loja (queima de estoques no Natal), e ao fato de que já curtia metal melódico na época. Além disso, me chamava a atenção do fato de o grupo ter uma soprano profissional nos vocais (sempre me interessei pelo experimentalismo entre rock pesado e música clássica).

Em relação ao Nightwish, eu só sabia que era uma banda de metal-melódico-gótico-sinfônico finlandesa (putz!!!), bastante elogiada pelos meus amigos metaleiros da época, e com clipes (toscos p/ caramba) exibidos no saudoso Fúria MTV. O que, de cara, me chamou a atenção no disco foi a versão metal de "The Phantom of The Ghost" (O Fantasma da Ópera), bastante semelhante à versão original, mas com guitarras distorcidas arrebentando na base.

O disco em si representa um meio-termo em relação ao seu peso, nem tão metal pesado como o Oceanborn e o Wishmaster, e nem tão leve como Angels Fall First. Conta com as massacrantes, em termos de peso e velocidade, "End of All Hope" e "Slaying the Dreamer" e pura melodia de "Ever Dream" (essa, ainda com excelentes riffs de guitarra), "Feel For You", "Forever Yours" e "Ocean Soul" (absolutamente macabra! O clima sobrio é contagiante). Mas os pontos mais fortes do disco são as faixas que conseguem mesclar o peso do metal com a melodia da música clássica e o clima sombrio do gótico: são os casos de "Bless the Child" (orquestrada), "Dead to The World" (com um brutal solo de teclado) e, é claro "The Phantom of the Opera". Mas a melhor faixa do disco, na minha opinião, é a última, "Beauty of The Beast", a qual é uma música em três atos: um gótico melódico (Long Lost Love), um metal orquestrado pesado (One More Night to Live) e um poema recitado (Christabel). Onze minutos de música, ao todo, nessa faixa.

O melhor do Nightwish é conseguir fazer um gothic metal sem recorrer ao teatralismo trash em suas apresentações, e nem com cultos mórbidos-satânicos explícitos. Apenas o som: orquestra, guitarras pesadas, bateria marcante, voz soprano de Tarja Turunen (soprano formada na Universidade de Helsinque) e um clima melancólico e sombrio nas melodias. Não é preciso ser gótico (e eu jamais seria...) para curtir o som do Nightwish: basta ter interesse por metal melódico e ter bom gosto.

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